Podemos disfarçá-los com maquiagem ou os descolorir, mas apenas por alguns dias. Livrar-se deles em definitivo é o desejo da maioria. Felizmente, existe uma variedade enorme de produtos para depilação. Resta saber qual opção adotar. A dermatologista Bárbara Moura explica que todos os métodos são eficientes e que a escolha depende da preferência de cada pessoa, além da tolerância individual da pele. "É importante testar todos os métodos e ver qual é o melhor para sua pele."
Bárbara ressalta que as alternativas que menos trazem efeitos colaterais são a depilação com linha, também chamada de fio russo, ou com pinça. São mais seguras e duram bastante tempo, uma vez que arrancam o pelo diretamente da raiz. Ele só volta a aparecer quando nascem novos, o que pode levar de duas a três semanas, dependendo da pessoa. Os dois métodos podem ser feitos em casa. No caso da pinça, não é preciso uma técnica em especial, deve-se apenas observar se o objeto não está muito velho, o que pode resultar na quebra do fio. Ainda assim, em peles com predisposição, pode ocorrer foliculite (o famoso pelo encravado).
Já para a depilação a linha é preciso uma técnica. A linha é amarrada e enrolada nas duas mãos. Entrelaçada ao pelo e com um movimento de torção, é feita a retirada. A técnica pode ser aprendida em cursos de estética e é muito indicada para peles mais sensíveis.
Existem outras opções que podem ser feitas em casa, mas não sem bastante cuidado. Cremes depilatórios e folhas de cera são vendidos em farmácias e fáceis de encontrar. No entanto, a aplicação deve ser feita com muito cuidado. A retirada da folha de cera, por exemplo, precisa ser rápida e delicada, pois as peles muito finas podem ficar arranhadas ou apresentar escoriações, que tendem a evoluir para as manchas se a região for exposta ao sol ou não cicatrizar devidamente. A cera pode ser quente ou fria, a diferença é que a quente abre mais os poros, facilitando a retirada do pelo. Para evitar queimaduras, a temperatura deve ser observada.
Os cremes depilatórios são compostos de substâncias químicas e não arrancam os pelos pela raiz, atingem apenas a parte visível do fio, que enfraquece e quebra. A principal desvantagem é que os produtos do gênero são muito propensos a causar alergias. Para evitar problemas, recomenda-se que seja feito um teste em uma área menos visível do antebraço. Se, após determinado tempo, a pele não apresentar nenhuma reação, o creme pode ser aplicado no rosto.
A novidade em termos de tratamento caseiro fica por conta da depilação com mola, que segue o princípio da linha. Chamada de "spring it", o acessório tem duas pequenas hastes nas pontas para que a pessoa possa segurá-lo e girar. O movimento arranca o pelo.
A modelo e profissional de marketing digital Jéssica Rafaela Marques Rodrigues, 20 anos, precisa estar sempre impecável. De olho na praticidade, ela é adepta dos métodos que podem ser aplicados no lar. Contudo, Jéssica ainda sofre com os eventuais maus resultados ; sua pele é muito sensível e fica empolada com frequência. A pior reação alérgica até o momento foi o uso de cera, ocasião em que ficou com o buço vermelho e cheio de bolhas. Hoje, a jovem se reveza entre a pinça e o creme, as alternativas menos danosas no seu caso. "Antes as bolhas do que os pelos aparecendo", completa.
A médica Bárbara Moura explica que, em casos como o de Jéssica, é importante procurar um dermatologista. Talvez, ela se adaptasse melhor ao laser ou à fotodepilação. De acordo com Paula Araújo Leite, operadora de laser, a alternativa é considerada permanente, mas, dependendo do organismo de cada pessoa, os pelos podem voltar. A técnica consiste no enfraquecimento da raiz para que o pelo não volte a nascer. Paula ressalta que o laser elimina cerca de 95% dos pelos, e que é mais eficaz com fios mais grossos e escuros, uma vez que o laser usa a melanina como condutora para chegar à raiz. "São necessários cuidados, como evitar sol nos primeiros dias e não passar nada na face até quatro horas depois do procedimento", esclarece Paula.
A fotodepilação segue um princípio muito semelhante ao do laser, mas funciona a partir de um cristal de luz pulsada. De acordo com a especialista em Luz Intensa Pulsada (LIP), Ana Carolina Bringel Markesz, a luz do cristal emite um calor que entra no pelo e atinge a célula germinativa, eliminando o pelo de dois a cinco anos. A técnica é muito indicada para o buço e também funciona por meio da melanina. "Pele branca com o pelo preto é a nossa melhor opção", explica Ana Carolina. Em peles morenas e bronzeadas, a luz pode confundir a melanina da pele com a do pelo, causando manchas.
As opções são vastas e todas trazem suas vantagens e desvantagens. Apesar das diferenças, existem cuidados a ser observados em todas as situações. Pessoas fazendo tratamentos com ácidos não devem fazer a depilação sem a orientação do dermatologista, e o sol, em geral, precisa ser evitado logo após qualquer depilação facial, pois a pele fica mais sensível e mais predisposta a queimaduras.