Sem bagunça no ar

Vai viajar no carnaval com os filhos? Selecionamos algumas dicas preciosas para que o voo não se torne um caos para os pais nem para os demais passageiros

Viajar com crianças pode ser estressante. Desacostumados com a pressão nos ouvidos e com a mudança de rotina, os bebês, se não dormem, costumam chorar durante todo o voo. Já as maiores ficam entediadas e querem correr pelos corredores, fechar e abrir as mesas, chutar a cadeira da frente, gritar ou conversar. Para os pais, pode ser um pouco traumático, mas vale encarar a aventura com bom humor ; afinal, todos os dias, milhares de crianças embarcam em aviões sem problemas. O mais importante é lembrar que criança ocupada fica feliz e em silêncio ; e uma viagem tranquila é um ótimo jeito de acabar com a ideia geral de que os pequenos são problemáticos no ar.

A servidora pública Fabiana Formiga, 35 anos, já viajou várias vezes com os filhos gêmeos, Lucas e Michel, de 2 anos. Fabiana e o marido sempre viajaram bastante, e o nascimento dos pequenos nunca foi empecilho para conhecer o mundo. As aventuras começaram desde cedo ; o primeiro voo foi com apenas 8 meses. "Quanto mais nova é a criança, mais fácil é. Nessa primeira viagem, eles dormiram o tempo inteiro, foi bem tranquilo", explica. Quando os meninos cresceram mais um pouco, com 1 ano e 7 meses, a família foi passear no Canadá. O percurso de 10 horas foi um pouco mais complicado. Os pequenos não são acostumados a dormir fora do berço e, enquanto não conseguiram descansar, choraram bastante. "Fiquei mais nervosa de estar atrapalhando do que os demais passageiros. Eles dormiram quando, finalmente, cansaram de chorar. O jeito é desencanar", conta Fabiana.

A mãe explica que prefere voos à noite, pois os dois dormem e dão menos trabalho. Enquanto ficam acordados, eles se distraem com livrinhos ; novos, para manter o interesse por mais tempo ; e com jogos nos smartphones dos pais. Só dão um pouco de trabalho na hora de comer. "Eles não gostam dos lanchinhos que são servidos. Na viagem para o Canadá, levei a mistura para fazer as mamadeiras, e acabei comprando um aquecedor de mamadeiras, que não precisava de pilha nem de energia elétrica. Mas o negócio não funcionou e acabei misturando água mineral com água quente do cafezinho. Não adianta se preocupar demais", lembra.

A empresária Isabelle Nepomuceno, 40 anos, e seus filhos, Nicolas, 10 anos, Kaique, 7, e Bernard, 5, são viajantes veteranos. Pelo menos uma viagem internacional é feita por ano. Toda essa prática rende dicas preciosas para quem está desesperado com a futura experiência ; os filhos de Isabelle são supercomportados e exemplo de educação em todas as viagens que fazem. "O que eu acho mais importante é mantê-los distraídos. Quando entramos no avião, eles ficam animados com o novo ambiente e querem explorar o que está ao alcance. Mas logo perdem o interesse e é preciso estar bem preparada. Eu guardo brinquedos e lanchinhos surpresa. Eles não escolhem nada, e, quando ficam entediados, eu tiro algo da bolsa. Fora de casa, tudo vira novidade", conta.

Quando eles se cansam da brincadeira, é hora de tirar mais alguma coisa de dentro da bolsa. E, assim, segue a viagem. Nicolas, o mais velho, não precisa mais de surpresas ; ele prefere ver um filme ou ler um livro. A experiência da empresária também define um horário diferente para o voo. "Viajar de dia é bem mais tranquilo. À noite, eles dormem, mas os pais não conseguem descansar no avião. Resultado: de manhã eles estão cheios de energia e nós supercansados. Preferimos seguir o mesmo ritmo", explica Isabelle. Em voos muito longos, é interessante procurar por escalas. Pode demorar mais, mas caminhar um pouco no aeroporto, comer bem e se distrair de novo antes de enfrentar mais algumas horas de avião acaba ajudando a manter as crianças animadas.