Água limpa e fresca; comida de qualidade; ambiente limpo e espaçoso; ventilação e proteção ao sol são algumas das necessidades de qualquer animal. Direitos deles e obrigações daqueles que se dispõem a ter um pet. Por mais básicas e simples que pareçam, porém, muita gente se nega a tomar esses cuidados e deixam os bichos em situação vulnerável. Pior, muitos são abandonados, feridos e envenenados. Mas fica o alerta: o que alguns pensam ser apenas crueldade é também considerado crime ambiental.
De acordo com dados da Polícia Civil, só nos primeiros seis meses deste ano, o número de denúncias de maus-tratos a animais já superou o total registrado em todo o ano passado. A informação é vista com bons olhos por Roberto Carlos Batista, promotor da 1; Promotoria de Justiça de Defesa Ambiental. Ele não acredita que a quantidade de agressões tenha aumentado, mas, sim, que as pessoas estão mais atentas ao descaso com os bichos. ;Os veículos de comunicação têm insistido na questão da consciência ambiental e, consequentemente, a população se sente mais à vontade para denunciar os abusos." Batista incentiva a vigilância. Para ele, trata-se de uma obrigação. ;A preservação do meio ambiente, de acordo com nossa Constituição, é trabalho de todos.;
Rede de proteção
Dálethy Santos, 21 anos, estudante de pedagogia, é uma protetora de animais independente. Ela se dedica a ajudar os bichinhos maltratados há três anos. Até então, foram 15 vítimas que ela cuidou e para as quais conseguiu abrigos. Uma vez, até recorreu à polícia para resgatar um cão abandonado em um lote fechado. Ela conta como nunca precisou tirar dinheiro de seu próprio bolso para ajudar bichos que encontra e sempre conseguiu donos e lares para todos: ;Minha ferramenta é o Facebook;.
O último deles foi Thor, um cão filhote encontrado há aproximadamente duas semanas. Ele foi atropelado e passou quatro dias em agonia. Com a pélvis e a pata traseira quebradas, Dálethy descreve o estado em que ele se encontrava: ;Thor tremia de dor. As pessoas passavam e não faziam nada;. Ao colocar fotos na rede social explicando o ocorrido, a estudante recebeu o apoio da dentista Débora Saito, 29 anos. A moça se ofereceu para pagar o tratamento e abrigar temporariamente o cão. Infelizmente, a situação de Thor era muito grave e o preço para curá-lo ultrapassava muito o que ela podia pagar.
As duas uniram esforços. Graças à rede social, conseguiram muitas doações. ;Foi dinheiro, bicicleta para ser rifada e uma consulta com um dos melhores ortopedistas da cidade;, conta Débora Saito. Foi também pelo Facebook que encontraram Flávia Monteiro, estudante, 22 anos. Ela garantiu um lar definitivo a Thor, que ainda hoje estranha estranha um pouco a futura dona: ;É um desafio cuidar de um animal que já foi tão maltratado. Tem que conquistá-lo;, constata Flávia. Ele se muda em breve, quando melhorar mais. O cão já caminha um pouco mais, começou a fazer fisioterapia na última semana e talvez passe por uma cirurgia.
Leia a matéria na íntegra, na edição impressa da Revista n;377