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Quase de verdade

Academias oferecem aulas que simulam esportes geralmente praticados ao ar livre, em uma quadra ou dentro d´água

Nem todo mundo curte esportes ao ar livre. Afinal, o sol, o tempo seco, o vento e muitos outros fatores podem tornar a atividade menos prazerosa e um tanto mais difícil. As academias se adaptaram e agora oferecem diversas modalidades, ou simulações delas, no ambiente controlado de uma sala fechada e com ar-condicionado. Para aqueles que estão interessados nos benefícios da atividade para o corpo, as aulas de academia usam exatamente as mesmas fases do movimento, não deixando de lado o prazer de praticar o esporte. Para fugir da tradicional corridinha na esteira e da pedalada, a Revista procurou algumas modalidades nas academias que ajudam a mudar a rotina.

Remo indoor

Os aparelhos simulam exatamente o exercício feito pelo remo, com a vantagem de poder regular a intensidade, a velocidade e o peso das remadas. ;Ao contrário do que as pessoas pensam, a aula de remo trabalha mais as pernas do que os braços;, conta o professor Raimundo Anderson. São os membros inferiores que fazem a força e os superiores são trabalhados no impulso. Mesmo assim, é uma aula com gasto calórico alto. Meia hora de prática queima até 800 calorias.
;Na aula, o aquecimento é de 2.000 metros. Cada um rema no seu ritmo e a máquina conta a distância;, explica o professor. ;A cada dia mudamos a rotina, colocamos mais peso, fazemos mais repetições e, em algumas aulas, até simulamos corridas;, acrescenta. Para deixar a aula mais divertida e os alunos motivados, tem sempre uma música animada. A professora de karatê Elizabeth Brasiliense faz aulas de remo indoor há um mês. Atraída pelo fato de o exercício ser bem completo e de alto gasto calórico, Elizabeth não se arrepende da escolha. ;Mesmo com pouco tempo de aula, já sinto meu corpo bem mais definido e o exercício cansa bastante;, conta.

Raí Training Como o nome da modalidade revela, a aula foi inventada pelo jogador de futebol Raí, com a ajuda do preparador físico Carlinhos Neves. O objetivo é levar para dentro da academia o mesmo treinamento de condicionamento físico que os atletas fazem no campo, de forma acessível, para quem não tem intimidade com a bola. ;Usamos a bola só para os exercícios mais lúdicos, para trabalhar a coordenação motora. Mas em geral, temos pranchas para salto, cinto de tração e cones;, explica o professor Marco Rodrigo.
Os alunos saltam barreiras, fazem exercícios de deslocamento e outros com tração do elástico. E tudo com a trilha sonora de futebol, com músicas que falam do tema e sambinhas. ;A aula tem um componente aeróbio muito forte, há tiros de quase um minuto que garantem o alto gasto calórico. São consumidas até 800 calorias nas aulas de 45 minutos;, explica o professor.
A servidora pública Juliana Faria, 28 anos, pratica o Raí Training há pouco tempo, mas gosta bastante da aula justamente por fugir da monotonia da esteira e da bicicleta. ;Tem que usar bastante resistência, trabalha o condicionamento físico, testa a nossa força e podemos nos movimentar bastante, com liberdade;, conta a servidora. E Juliana confirma: realmente não é preciso saber jogar futebol para participar da prática.

Lutas no Flexi Tônus

O professor de educação física e fisioterapeuta Guilherme Pontes, com o objetivo de ajudar seus alunos a melhorar o desempenho nos esportes, adaptou o clássico aparelho de alongamento espaldar e usou elásticos para criar resistência. Quem se interessa por lutas, por exemplo, pode simular socos e chutes contando com uma resistência forte para tornar os movimentos mais difíceis. ;Essa resistência pode ser controlada usando elásticos mais rígidos ou mais flexíveis. E quem trabalha o movimento com dificuldade, na hora de repeti-lo sem carga, o faz de forma mais eficiente, o corpo fica condicionado frente às dificuldades;, explica o fisioterapeuta.
Por isso, as aulas são frequentadas também por lutadores profissionais como Rafael Aguiar, 25 anos. O atleta de tae kwon do faz aulas há seis meses, três vezes por semana, e conta que já notou bastante diferença na potência dos socos e chutes. ;O meu treino trabalha bem a resistência, trocando os elásticos para tornar o trabalho mais difícil. Já percebi melhora nos movimentos, os golpes ficaram mais rápidos e potentes;, afirma. Além do trabalho para atletas, a aula ainda promove força e flexibilidade dos músculos e melhora a capacidade cardiorrespiratória dos alunos que gostam de lutas, mas não pretendem competir.

Agradecimentos: Bodytech, Companhia Athletica, Fit 30 Minutos