Da mesma forma que os cães, os gatos carregam consigo uma triste história de abandono. ;São casos de casais que se separam, pessoas que perdem o emprego, animais que crescem demais e ocupam muito espaço, mudança de casa até viagem prolongada;, enumera Graça Perdigão, que trabalha como protetora independente há 10 anos e promove feiras de adoção.
Em alguns casos, os animais são vítimas de maus tratos. Ainda assim, continuam sendo capazes de aliviar a solidão ou proporcionar momentos de pura alegria para seus donos. ;O Miguel foi um presente que ganhei no ano passado;, derrete-se Kathia Regina Vieira, 48 anos. Por meio do grupo Salvando Vidas Protetores Independentes, a professora ficou sabendo da história do gato que tinha levado uma tijolada no meio de uma briga. Atingido na coluna, ficou impedido de andar. A família que o criava o abandonou. Miguel se arrastava pelas ruas. Alguém que passava pelo local viu o gatinho tentando se proteger e o levou a uma clínica, onde ele recebeu todos os cuidados necessários. ;Fiquei penalizada;, lembra Khatia.
Além de uma gangrena, o gato perdeu os testículos e o pênis. Precisou passar por uma cirurgia de reconstrução da saída da uretra e ficou internado durante 40 dias. Ainda sofre com as sequelas, mas já consegue movimentar as patinhas de trás, antes totalmente imobilizadas. ;É uma vitória vê-lo se recuperando dessa forma;, diz Kathia. O tratamento inclui acupuntura e fisioterapia uma vez por semana. Conviver num local com outros animais também o estimula. Na casa onde Miguel mora, há outros 13 gatos, além de dois cachorros. Ainda assim, ele consegue impor suas vontades.
A companhia de outro bichinho também foi importante na adaptação de Snow, adotado aos 3 meses por Raquel Cavalcanti, 31 anos. A servidora pública morava sozinha e, em determinado momento, sentiu necessidade de ter uma companhia. Viu pela internet a foto de um gatinho todo branquinho para adoção. Entrou em contato com o site e soube que ele estava em uma clínica. Raquel foi até lá e se apaixonou pelo bichinho. Nem o diagnóstico de problemas respiratórios foi o suficiente para que ela desistisse. Em abril do ano passado, o gatinho tinha casa nova.
As duas primeiras noites, Raquel passou em claro. O gatinho miava o tempo todo. Não dormia. No terceiro dia, veio o início da adaptação ; mais ao local do que propriamente à nova dona. O relacionamento dos dois só melhorou um pouco com a chegada de Mel, também adotada. Eles se relacionaram perfeitamente desde o início. Brincam juntos o dia todo. Na hora de dormir, os dois pulam na cama de Raquel, que continua, no entanto, respeitando o espaço de Snow, que é mais arisco a colo.
Tem um lar para mim?
Contato: Sociedade Humanitária Brasileira (SHB) ; Vanusa (8172-2817)
Serviço: Próxima Feira de Adoção: 26 de maio, no Pet shop Dr. Caetano, das 10h às 14h, na 413 Sul
Agradecimento:Clínica Casa do Gato
Leia na edição impressa dicas para quem quer adotar um gato.