No interior de São Paulo, lá pelos anos 1970, os cheiros de bala de mel e de calda de açúcar de pudim invadiam as manhãs de Angela Tonon. O pai a levava para a confeitaria todos os dias. E lá ela fantasiava seu futuro e aprendia com ele os segredos que o tornaram um grande confeiteiro da cidade. A realidade era de muito corre-corre para entregar as encomendas no prazo e para que tudo funcionasse dentro do padrão de qualidade. Os anos se passaram, Angela veio para Brasília e, dentro de casa, cuidando dos três filhos, começou a vender doces e bolos, seja por encomenda, seja no porta mala do carro, na hora de buscar os meninos na escola. Seus bolos viraram sucesso imediato entre conhecidos e amigos, e o boca a boca deixou a cozinha de seu apartamento pequena demais para tantos pedidos.
A ;fábrica; de bolos virou uma sobreloja da comercial da 112 Sul. Até que a loja debaixo vagou e Angela, finalmente, abriu sua confeitaria. Da cozinha dela, saem bolos ; o de abacaxi é o carro-chefe da Casa Doce ;, pães diversos ultramacios, salgados, brigadeiros, docinhos, quindins, sorvetes, minibolos e todos os demais quitutes de uma confeitaria tradicional. Os segredos, Angela afirma serem poucos, porém valiosos. ;Tem coisas que você aprende com o tempo, tem coisas que você aprende com a experiência dos outros. O doce, diferentemente da comida salgada, precisa de muito mais precisão. Quem está começando precisa seguir a receita à risca. Não dá para inventar, senão desanda tudo;, explica.
A quantidade de açúcar, por exemplo, é um dos diferenciais entre o doce que todo mundo gosta, e o que não agrada ninguém. ;O doce tem que ser leve, e sempre muito equilibrado no açúcar. Um bolo não pode apenas ser gostoso até a segunda ou terceira garfada, e depois enjoar. Um bolo equilibrado é aquele que é tão leve e saboroso que todo mundo quer repetir;, exemplifica.
No mais, algumas lições aprendidas com o pai a acompanham até hoje. Duas delas Angela divide com a Revista. Os ingredientes nunca devem estar gelados, mas sempre em temperatura ambiente. O ovo que vem direto da geladeira pode estragar a receita. O mesmo vale para o leite e para a velha mania de colocar o fermento em pó na geladeira. Esqueça isso. A outra dica é que quando o assunto é doce, é preciso persistência. ;Quantas receitas eu não precisei refazer inúmeras vezes até pegar o jeito? Faz parte;; No mais, ingredientes de boa qualidade e olho atento na receita. Seguindo essas simples instruções, todo mundo vai ter ;mão para doce;.
Ingredientes
Base
30g de açúcar de confeiteiro
150g de biscoito de maisena
50g de manteiga sem sal
Recheio
700g de cream cheese
150g de açúcar
1 gema
20ml de suco de limão
30g de amido de milho
300ml de creme de leite fresco
1 ovo
Como fazer
Base
Processe todos os ingredientes e disponha no fundo de um aro untado.
Pressione para compactar e resfriar em seguida.
Recheio
Bata o cream cheese e o açúcar com um fouet até dissolver.
Hidrate o amido no suco de limão e misture com os ovos.
Junte ao cream cheese o açúcar e acrescente o creme de leite.
Recheie o aro e asse a 160; até ficar firme (em média 40 minutos).
Deixe esfriar no forno desligado por 1 hora.
Rendimento: 8 porções
Tempo de preparo: 2 horas
Serviço:
Casa Doce
CLS 112, Bloco A, Loja 29
3445-2807
Veja na edição impressa, a receita do bolo de milho cremoso