A visita começou pelo Projac, a central de dramaturgia da rede. Lá, apenas uma parada para o almoço, com direito a vislumbres de gente como o diretor Jorge Fernando e o humorista Dedé Santana. Para a filmagem do seriado, foi necessário alugar um estúdio à parte, contendo dois galpões, um de 600m; e outro de 1.200m;. Em um deles foi construído o escritório no qual A inocente de Brasília ; nome do episódio que homenageia a capital ; trabalha. Interpretada por Cláudia Jimenez, Augusta é aquela típica mocinha que se apaixona pelo chefe mau caráter e acaba envolvida por ele em falcatruas. ;Mas ele é o Edson Celulari, aí fica puxado resistir;, brincou a atriz.
Os espaços retratados surgem em traços retos e limpos, com ares de repartição pública, lotado de figurantes de terno, gravata e tailleur. Os detalhes surpreendem. Nas janelas fictícias, imagens de Brasília emulam o clima seco. Nas mesas, fotos de família, objetos decorativos; uma infinidade de pequenos detalhes que não aparecem na tela, mas precisam estar lá para garantir que os atores ; e os espectadores ; sintam-se conhecendo mais da cultura do lugar. Para a diretora, Cris D;Amato, não é difícil retratar Brasília porque a cidade está presente o tempo todo na vida dos brasileiros.
;Nós a vemos pela manhã, à tarde, à noite, quiçá na madrugada. Lemos e vemos Brasília sempre.; Apesar de brincar com um aspecto que desagrada a maioria dos brasilienses, a famigerada corrupção que políticos de todo o país acabam trazendo para cá, a intenção dos autores foi mostrar o outro lado. Ao descobrir os crimes do chefe, Augusta se torna alvo dele, que contrata um matador para dar cabo da sua língua: Tadeu, um tímido aspirante a cantor de sertanejo universitário, interpretado por Flávio Bauraqui. ;O episódio ajuda a quebrar os estereótipos que criamos sobre Brasília quando mostra que as pessoas não têm a essência do mau caratismo;, explica o ator, adiantando que seu objetivo não será alcançado: ele não terá coragem de matar Augusta.
A equipe lembrou das visitas à capital. Cláudia Jimenez disse sempre ter sido muito aplaudida em suas passagens pelo Teatro Nacional e que o público brasiliense é caloroso. A diretora Cris D;Amato também elogia, mas não esquece de um ponto: o clima. ;Estava com uma peça no teatro Dulcina de Moraes e gravidíssima. Na madrugada, acordei com um sangramento e achei que estava dando à luz. Mas era o meu nariz, por conta do clima seco;, conta, rindo.
O último dia de filmagens também teve externas. Para quem vive longe do dia a dia de gravações de novela, parece estranho um grupo de mais de 50 pessoas ;invadir; o lobby de um condomínio. Mas, para quem vive na Barra da Tijuca ; e outros tantos pontos famosos do Rio de Janeiro ;, essas são cenas comuns. Lá, foi montado um restaurante ;brasiliense; e o lobby de entrada de um prédio no qual uma cena ocorreria. Entre checagens de som, retoques de maquiagem, correria de vários figurantes e ainda um ou outro cafezinho, Cris D;Amato falava o termo que define uma filmagem: ;Ação;. Foi preciso uma tarde inteira para garantir três cenas, mostrando o quanto fazer televisão não é algo mecânico. E depende de muita gente.
O esforço é para que o telespectador seja, de fato, transportado para o ambiente representado. ;Nossa esperança é que a séria seja sucesso e continuemos a passear pelo Brasil, porque ele merece. São personagens, histórias, brincadeiras. Assim, mostramos um pouco de cada pedaço do país;, define Júlio Uchoa. O dia foi curto e o trabalho, puxado. De volta ao Galeão, o sentimento era de curiosidade. Afinal, será que dá mesmo para retratar todas as facetas das brasileiras de Brasília em um episódio? 9 de fevereiro ele vai ao ar e os brasilienses poderão tirar a prova.
As Brasileiras
Conheça as atrizes que vão protagonizar os episódios do seriado:
Juliana Paes ; A justiceira de Olinda
Claudia Jimenez ; A inocente de Brasília
Maria Fernanda Cândido ; A perseguida de Curitiba
Alice Braga ; A indomável do Ceará
Isis Valverde ; A culpada de BH
Leandra Leal ; A sexóloga de Floripa
Maria Flor ; A de menor do Amazonas
Ivete Sangalo ; A desastrada de Salvador
Suyane Moreira ; A selvagem de Santarém
Sandy ; A reacionária do Pantanal
Patrícia Pillar ; A viúva do Maranhão
Letícia Sabatella ; A apaixonada de Niterói
Juliana Alves ; A mascarada do ABC
Giovanna Antonelli ; A venenosa de Sampa
Xuxa ; A fofoqueira de Porto Alegre
Fernanda Montenegro ; Maria do Brasil
Mariana Ximenes ; A adormecida de Foz do Iguaçu
Bruna Linzmeyer ; A vidente de Diamantina
Cléo Pires ; A matadora do Sertão
Glória Pires ; A mãe da Barra
Dira Paes ; A doméstica de Vitória
Sophie Charlotte ; A sambista da BR-116