Carolina Samorano / Especial para o Correio
Nova York
Peles
A polêmica começou pelas semanas de moda daqui mesmo, quando alguns estilistas apostaram nas peles para aquecer o inverno. Em Nova York, onde o frio invernal é bem mais severo, elas apareceram nas apresentações da maioria das marcas que passou pela Mercedes-Benz Fashion Week como aposta de uma estação mais quentinha. Ti-ti-ti dos defensores dos animais à parte, elas vieram principalmente em casacos mais longos e coletes. O brasileiro Carlos Miele, Carolina Herrera, Derek Lam, DKNY, Jill Stuart e até a queridinha das meninas mais modernas de Nova York, Betsey Johnson, foram apenas alguns dos nomes da semana de moda que investiram na tendência. Vale copiar com material sintético.
Brilho
Poucos bordados e aplicações de pedrarias. A aposta dos estilistas que desfilaram em Nova York ficou por conta do brilho natural de alguns tecidos, como o cetim, o couro e até o látex. Tecidos metalizados também tiveram vez. A Hervé Léger, por exemplo, cuja marca-registrada são os vestidos superajustados no corpo, trouxe como novidade aplicações metalizadas. Marc Jacobs apostou no látex para calças e vestidos e no paetê em tamanho gigante em saias. Michael Kors trouxe o brilho em maxiacessórios cromados, como as gargantilhas.
Transparência
Longe da vulgaridade, a transparência que apareceu em quase todos os desfiles de Nova York fazia mais a linha de um elegante jogo de mostra-esconde. A Marchesa, dos vestidos de princesa e presença certa em tapetes vermelhos, apresentou longos com pernas à mostra. Vera Wang, cuja coleção foi quase inteira de plissados ; cinco tipos diferentes ;, trouxe saias, vestidos longos e curtos e camisas transparentes, que contrastavam com o peso dos suéteres de tricô. Diane von Furstenberg, na estreia de seu co-designer Yvan Mispelaere, misturou a transparência em detalhes, como babados e aplicações em vestidos. No desfile de Jason Wu, ela veio junto às delicadas rendas, que enfeitavam até o rosto das modelos em forma de máscaras. O estilista desfilou 15 tipos diferentes de renda.
Londres
Vermelho
No que depender das passarelas internacionais de moda, a cor que vai se destacar em meio a tanto cinza, camelo, nude e preto ; que marcaram presença em quase todos os desfiles ; é o vermelho em tom supervibrante. A tradicional britânica Burberry, que recentemente completou 150 anos de história, trouxe o tom nos famosos trench coats. Também esteve na coleção da Issa London, da brasileira Daniella Issa Helayel, que ficou conhecida depois de Kate Middleton ter usado uma criação sua no anúncio do noivado com o príncipe William. Matthew Williamson, Mulberry e Vivienne Westwood apostaram no vermelho para o inverno. Na Mulberry, uma boa dica de como combinar a cor: com peças neutras, como camisas em camelo ou nude.
Xadrez
Inverno ou outro o xadrez aparece como forte candidato a padrão queridinho do frio. Christopher Bailey, diretor-criativo da Burberry, trouxe para a coleção de inverno vários tamanho de xadrez: em preto com mostarda, vermelho ou violeta em casacos, vestidos, trench coats e acessórios. No desfile com atmosfera country da Mulberry, ele também apareceu em tons de marrom. Na House of Holland e na moderninha Vivienne Westwood, veio em cores alegres ; rosa com laranja, na primeira, e azul com amarelo, na segunda ; em blazers, vestidos ajustados e saias mais curtas.
Mix
Tecidos leves com pesados, diferentes camadas e combinações inusitadas de texturas e modelagem foram algumas propostas que apareceram nos desfiles de inverno da semana de moda de Londres. Na Acquascutum, coletes de náilon vieram por cima de sobretudos de lã e combinados a alfaiatarias elegantes. A House of Holland trouxe num único look vestido de seda, casaco de couro e echarpe de lã. A mistura de texturas apareceu também no desfile de Matthew Williamson: couro com lã, paetê com pelos e pele com seda leve, nas camisas. A Mulberry apresentou também o couro misturado a vestidos leves em seda plissada.
Milão
Color blocking
A tendência dos blocos de cor na roupa já começou a pegar no verão e, no que depender dos desfiles italianos, deve continuar no inverno. Para aderir à onda colorida, basta misturar num mesmo look duas ou três cores superchocantes. Vale também escolher uma única cor bem gritante e apostar no monocromático. Foi a escolha da Blumarine: laranja, verde, azul e violeta apareceram em sequência, logo após os nudes, camelos e pretos totais. A Gucci trouxe no seu inverno a vontade de verão: cores, recortes, decotes e transparência. Roxo com verde, mostarda com pink e coral com bordô enfeitaram lãs e peles. Em Jil Sander, uma proposta mais fácil de trazer para a vida real: cor vibrante com calça ou camisa preta. Sem risco de errar na dose.
Renda
Presença certa nas passarelas de verão, eis que ela deu o ar da graça também nas apresentações do inverno 2012 em Milão. A Blumarine trouxe a renda em minivestidos pretos e transparentes sob casacos pesados de lã. As coloridas também ganharam a passarela, em versões curta e longa. A renda arrematou também o inverno lady like da Bottega Veneta e apareceu em detalhes, como mangas de vestidos comportados e aplicações de golas e babados. Na apresentação da Dolce & Gabbana, veio enfeitando os looks estrelados da coleção, o que garantiu um ar um pouco mais sexy e adulto à estampa divertida escolhida pela grife italiana.
Anos 1960
Ao que parece a máquina do tempo da moda deve trazer de volta o charme e a feminilidade dos anos 1960 para os looks invernais. Os vestidos trapézio, minis com camisetas de gola alta e manga longa, botas na altura dos joelhos e topetes desfilaram em várias grifes. Além da Blumarine, que apostou forte na década para a coleção de inverno, a Prada mostrou vestidos de botão arrematados com cintos largos no quadril e botas de cano longo. O espírito sessentinha apareceu também na apresentação da Bottega Veneta e de Alberta Ferretti ; em versão moderninha, com botas superbrilhantes acima dos joelhos. A tendência já tinha aparecido também nos desfiles da Calvin Klein, em Nova York, e da Burberry, em Londres.
Paris
Nem lá nem cá
Na estação passada eram as saias na canela as queridinhas da vez. Agora, junto aos longos esvoaçantes que devem protagonizar mesmos os mais casuais looks de inverno, somam-se as saias na altura dos joelhos. Pelo menos é o que prometem s os estilistas da semana de moda parisiense. Na Givenchy, comandada por Riccardo Tisci, elas vieram na modelagem lápis, junto a sensuais alfaiatarias e transparências inspiradas na capa do disco For your pleasure?, de 1973, da banda Roxy Music. Já nas criações da Lanvin, assumiu uma aspecto mais clássico, com formas amplas e combinadas a camisas de tecido fluido e botas longas.
Inverno-fetiche
A estação é de se cobrir, mas não de deixar de lado a sensualidade. O fetichismo foi o mote de alguns estilistas na semana de moda de inverno de Paris. Na Louis Vuitton, que reproduziu o clima de um antigo hotel na passarela, algumas modelos vieram de arrumadeiras, enfeitadas com algemas, meias sete-oitavos, transparência e corsetes. No desfile da Alexander McQueen, o segundo com Sarah Burton à frente da criação, a referência ao fetichismo estava nas botas com amarrações até o joelho, nos corsetes, em acessórios em couro sobre os vestidos e camisas, além dos decotes com amarrações, como as de um espartilho. O fetichismo foi aposta também da Mugler. A grife não economizou em vermelho, preto, sutiãs pontiagudos e transparências. Animal print, ombros em evidência e meia-arrastão completavam os looks.
Peça única
Amado por uns, odiado por outros. O polêmico macacão foi aposta de grifes como Chanel, Emanuel Ungaro e Balmain na semana de Paris. Na Emanuel Ungaro, eles vieram sensuais: cintura marcada, ajustados ao corpo e transparência no colo e braços com renda preta. A Chanel apresentou versão parecida, com renda, mas não tão justa ao corpo. Na Balmain, no seu primeiro desfile sem a agora editora chefe da Vogue Paris, Emanuelle Alt, no styling, a peça fez jus ao que a marca tem apresentado nos últimos desfiles: justíssima ao corpo, decotada e superbrilhante, combinada a botas de cano longo. Só para quem pode.