Jornal Correio Braziliense

Revista

O que as mulheres conversam no banheiro

Leia trecho do livro de Rosângela Ojuara

Banheiro de um shopping center da zona zul do Rio de Janeiro, 19 horas

Andréa ; Ai que raiva, o cara com quem fiquei ontem não ligou!

Renata ; Não acredito, Andréa. Você achava que ele ia te ligar? Não aprendeu ainda que os homens são todos iguais? Pegam o telefone apenas para ter o que falar na hora de se despedirem;Pior foi comigo. O cara que conheci ontem nem se deu ao trabalho de pedir meu telefone.

Andréa ; Acho até melhor. Daí você não cria expectativas. Eu fiquei o dia inteiro esperando. Já acessei a caixa postal do celular várias vezes. Fiquei grudada ao telefone, tirando do gancho para ver se estava com linha. Perdi a praia, não fui ao cinema. E nada! O pior é que foi tão bacana, tinha a certeza de que ele ligaria. Não foi só o beijo na boca que foi ótimo. Não! Fiz tudo direitinho; não fui para a cama, como manda o figurino. Conversamos um tempão. Ele falou até que tinha um filho. Pagou minha conta. Só pode ser maluco.

Renata ; Amiga, o que será que acontece na cabeça desses homens? Se a gente vai para a cama é porque foi e se não foi é porque deveria ter ido. A gente fica sem saber o que fazer. fica sem saber o que fazer.