Jornal Correio Braziliense

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O surgimento do Ponto GG

Não são apenas os caminhos tântricos que podem levar a mulher a atingir orgasmos catárticos. Por R$ 2.400, uma intervenção cirúrgica proporciona grande sensibilidade sexual, com efeitos garantidos por um ano. Trata-se da G-shot, uma injeção de 2ml de colágeno no ponto G. A intenção é aumentar o tamanho dessa zona erógena, tornando os orgasmos vaginais (tidos como raros) indefectíveis.

A técnica foi apresentada pela primeira vez em 2007, no 27; Congresso Americano de Cirurgia Plástica, nos Estados Unidos. No Brasil, o pioneirismo cabe ao cirurgião plástico Murilo Caldeira. A G-shot, porém, ainda não foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), tampouco pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Em entrevista à Revista, Murilo explica que o ponto G é um local naturalmente elevado dentro do canal da vagina, de extrema sensibilidade, responsável pelo disparo do orgasmo vaginal. Muitas mulheres têm essa região fisicamente deprimida, não conseguindo alcançar o êxtase com a simples penetração. "Uma vez aplicado o colágeno no local e na medida exata, o resultado é infalíveL", garante o médico.

A Revista conversou com a comerciante paulista Tatyana Andrade, que fez o procedimento em setembro de 2009. "Olha, realmente, foi uma mudança de vida. A sensibilidade ficou muito maior. Antes, raríssimas vezes eu alcançava um orgasmo vaginal. Depois facilitou muito, em qualquer posição", garante. A própria dinâmica do relacionamento, que completou cinco anos, mudou. "Acho que os homens se cobram muito em dar prazer. Depois da cirurgia, ele percebeu que não era um problema dele e nem desinteresse meu. Na cama, somos muito mais felizes", gaba-se.

Em Brasília a G-shot ainda não é aplicada em nenhuma clínica. A SBCP desaconselha fortemente o seu uso. "Não existe nenhum estudo científico sobre essa prática. Portanto, não a reconhecemos. Até porque, não sabemos onde fica o ponto G ao certo. Pode estar lá, pode estar na orelha, em qualquer lugar", afirma José Teixeira Gama, secretário-geral da instituição.