Abrir um negócio próprio é coisa séria. Não basta ter boa vontade para vencer. Mais importante é ter o futuro dono ter persistência, iniciativa, comprometimento e capacidade de assumir riscos calculados. Gostar do que faz também pode ser um ponto positivo para um empreendedor de sucesso, mas é preciso traçar planos, metas e conhecer a viabilidade do negócio.
De acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a taxa de sobrevivência das micro e pequenas empresas com até dois anos de atividade tem crescido ; passou de 73,6% em 2007 para 75,6% em 2009. Isso significa dizer que a cada 100 empresas abertas, 76 mantêm a atividade. O setor com maior taxa de sobrevivência é o de serviços, com 79,9%, seguido pelo comércio (77,7%) e pela construção civil (72,5%).
Ainda na avaliação do Sebrae, os primeiros anos de uma empresa são considerados cruciais. Isso porque, em geral, o negócio é pouco conhecido no mercado, não tem clientes fixos e, muitas vezes, os empreendedores têm quase nenhuma experiência em gestão. Para evitar problemas, o futuro empresário precisa cumprir algumas etapas, antes de ser aventurar no mundo dos negócios. A primeira delas é definir em que área gostaria de atuar. É preciso ter afinidade com as tarefas a serem executadas e saber se há como crescer no mercado. Também é importante ter um plano de negócios e avaliar com cuidado a possibilidade de ter ou não ter sócios.
Para Jurema Barreto, gestora do Programa Multincubadora de Empresas da Universidade de Brasília (UnB), a questão estratégica é tão importante quanto as questões jurídicas relacionadas à abertura do negócio. Segundo ela, para esse quesito não existe um passo a passo, mas algumas dicas são muito úteis para trilhar um caminho de sucesso. "O ideal é que o futuro empresário crie um plano de negócios, que é uma análise da viabilidade do empreendimento e uma previsão do retorno financeiro. É claro que um plano de negócios não garante o sucesso da empresa, no entanto, traz à atenção do empresário questões importantes como custo, preço e público-alvo.;
Dinheiro em caixa
Outro item que precisa ser analisado na hora de montar uma empresa é o capital de giro. Nem sempre é necessário muito dinheiro, mas é preciso levar em conta que, em geral, há custos fixos que precisam ser mantidos antes mesmo de a empresa começar a dar retorno financeiro, com impostos, contador e as contas de consumo.
Com esses pontos definidos, o empreendedor precisa partir para a parte burocrática da abertura de um negócio. Existem dois processos de abertura de empresa: trâmite especial, disponível apenas para o Microempreendedor Individual (MEI) e o comum, aplicável às demais empresas, inclusive micro e pequenas.
No processo comum, o primeiro passo é uma consulta prévia à administração regional onde se pretende instalar a empresa. Essa consulta é feita para saber se a atividade é permitida naquele endereço.
O próximo passo é dar entrada ao processo de registro da empresa. Apesar de ser protocolado na Junta Comercial, os documentos do processo de registro passam ainda por outros dois órgãos: a Receita Federal, que concede o CNPJ, e a Secretaria de Fazenda, que emite a inscrição estadual. À Junta Comercial cabe a aprovação de documentos como o contrato social que já deve ser preenchido com o nome social da empresa.
Com todos esses documentos aprovados e na mão, o empreendedor precisa voltar na administração regional e pedir o alvará de funcionamento. "Com esse papel em mãos, o empresário já está apto a abrir as portas e vender muito", diz a analista da unidade de atendimento individual do Sebrae-DF Helia Castro.
Para essa parte mais burocrática, o ideal, segundo ela, é ter a ajuda de um contador. "Esse profissional sabe exatamente os papéis que precisa preencher e de que forma. Ele é corresponsável pela abertura da empresa", defende.
A partir da abertura do negócio, será necessário manter os tributos e os pagamentos em dia, além de cumprir uma série de obrigações trabalhistas. Também por isso, é importante contar com o apoio de um contador para a correta definição do tipo de empresa e a melhor forma de tributação.
Passo a Passo para Abrir uma Empresa:
1) Defina o negócio
Busque informações de mercado e identifique oportunidades viáveis. A escolha da área onde se quer atuar precisa combinar com suas características pessoais e as tarefas que desenvolve com mais habilidade.
2) Goste do que faz
Empreendedores bem-sucedidos são apaixonados pelo que fazem. Pesquise o mercado antes de começar, conheça bem o ramo em que pretende investir e a necessidade do cliente. Estude a concorrência, leia artigos de especialistas, faça cursos, vá a eventos e feiras.
3) Saiba se é viável
O futuro empresário conta com o apoio do Sebrae para avaliar se o negócio que pretende abrir é viável. No ponto de atendimento ou por meio do portal Sebrae (www.sebrae.com.br), ele será atendido por um especialista e orientado com relação a decisões fundamentais para o sucesso de seu empreendimento. Com as informações levantadas, podem ser feitas simulações e análise da viabilidade do negócio.
4) Tenha um plano de negócios
Trace um plano de negócios para os primeiros 12 meses de operação. Não se esqueça de três pontos importantes: autoavaliação, a razão de existir do negócio e a viabilidade econômico-financeira. Saiba quanto você vai gastar na abertura e quais serão os custos fixos mensais. Ao calcular o tamanho do investimento inicial, considere o capital de risco e as despesas pessoais. Vai ser preciso apertar os cintos.
5) Faça um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira
O Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira (EVEF) tem o objetivo de ajudar o empresário a avaliar o plano de investimento a ser realizado, demonstrando a viabilidade ou não do projeto.
6) Avalie se que ter ou não ter sócios
É importante avaliar se você está disposto a enfrentar o desafio sozinho. Um sócio ajuda a levantar o dinheiro necessário para o investimento inicial. E as especialidades de cada um podem ser complementares.
Fonte: Sebrae