Encontrar novos espaços e inovar. Duas estratégias básicas para nadar em um oceano azul de oportunidades, na visão do coreano W. Chan Kim e a da norte-americana Renée Mauborgne. Em 2005, eles balançaram os pilares do universo corporativo ao lançar o livro ;A Estratégia do Oceano Azul;. Desde então, executivos de todo o mundo tentam focar cada vez menos na concorrência e cada vez mais nas fronteiras inexploradas do mercado, com o desafio de detectar o que o público nem mesmo sabe que deseja ou precisa.
A estratégia desse novo modelo de negócio se baseia em mudanças significativas na relação entre as lideranças da empresa e os empregados. A lógica da gestão de pessoas a partir de estratégias militares e verticais vem sendo aos poucos substituída pela busca de profissionais capazes de se reinventar e trabalhar de maneira horizontal, em uma via de mão dupla.
O desafio agora parece ser aplicar a estratégia do oceano azul no planejamento de carreiras individuais. A chave do sucesso estaria em apostar em profissões recém-criadas a partir das novas tecnologias ou ainda vale a pena investir em áreas consideradas mais tradicionais e seguras? O empresário Máximo Migliari, 36 anos, optou pelo caminho da ousadia e recomenda a primeira opção.
Formado em Ciências da Computação, ele começou a carreira no ramo de desenvolvimento de software, criação de sites e comércio online. Fundou a empresa brasiliense ClickLab com o sócio dinamarquês Jens Schriver e, desde então, busca novos espaços no mercado. Transformou sua empresa em uma agência de marketing digital científico ao perceber que os clientes precisavam de estratégia e informação precisa para se posicionar no ambiente virtual.
;Temos uma equipe de 15 pessoas formadas em várias áreas. Jornalistas, publicitários, analistas de mídias sociais, desenvolvedores. Nos especializamos em otimizar vendas, aliando desenvolvimento de softwares, marketing e desenvolvimento de conteúdo;, explica Migliari ;Procuramos fazer o escritório em um espaço mais descontraído, sem salas para os diretores. Queremos que a equipe entenda seu papel na empresa e nos demande meios para realizar novas ideias.;
Reconhecimento
Em 2013, a ClickLab ganhou prata no Prêmio Colunistas em design pelo projeto do Observatório do SEBRAE, o prêmio mais prestigiado do segmento. Nesse mesmo ano, a empresa recebeu o Interactive Media Awards para os sites da Rede Plaza Brasília de Hotéis, e em 2011 o mesmo prêmio nas categorias moda e varejo para o novo site do Taguatinga Shopping.
Os bons resultados refletem a opção da empresa por profissionais com perfil inovador e proativo. O portfolio é mais valorizado do que o currículo.
"Candidatos que criaram serviços para empresas fictícias durante a faculdade são mais valorizados do que aqueles com longa experiência em setores tradicionais do mercado", explica Migliari. O nível de exigência nos testes práticos é alto. "Durante alguns processos seletivos da ClickLab, candidatos pediam para fazer uma ligação no corredor e não voltavam mais para a sala de provas", comenta o empresário.