Politica

Flávio Bolsonaro admite que Queiroz pagava contas e critica Lava-Jato

Parlamentar também criticou a conduta do ex-juiz Sérgio Moro na operação e no governo, durante a gestão dele no Ministério da Justiça

Correio Braziliense
postado em 05/08/2020 12:13

Flávio Bolsonaro falando ao telefoneO senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) admitiu que o ex-assessor Fabrício Queiroz pagava as contas pessoais do parlamentar. Ele o ex-funcionário são investigados por um suposto esquema de rachadinha montado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

 

Em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta quarta-feira (5/8), Flávio afirmou que os recursos usados por Queiroz para pagar as dívidas que pertenciam a ele tem origem lícita. Mas assumiu que pedia para o então funcionário pagar despesas pessoais, exatamente como aponta o Ministério Público.

"Pode ser que, por ventura eu tenha mandado, sim, o Queiroz pagar uma conta minha. Eu pego dinheiro meu, dou para ele, ele vai ao banco e paga para mim. Querer vincular isso a alguma espécie de esquema que eu tenha com o Queiroz é como criminalizar qualquer secretário que vá pagar a conta de um patrão no banco. Não posso mandar ninguém pagar uma conta para mim no banco?", disse o senador.

 

 

As investigações começaram após as autoridades identificarem transações suspeitas de R$ 1,2 milhão nas conta de Queiroz, valor incompatível com o rendimento no serviço público. Na entrevista, o parlamentar afirma que Queiroz administrava o dinheiro da esposa e de demais parentes, por isso tinha movimentações elevadas.

 

Flávio confessa que o ex-assessor recebia dinheiro de outros funcionários do gabinete, para realizar subcontratações, mas alega que não sabia desta esquema, se não, teria se manifestado contra.

 

Sérgio Moro

 

O parlamentar se manifestou contra a conduta do ex-juiz Sérgio Moro na Lava-Jato e alegou que o ex-ministro pode ter cometido irregularidades. Flávio defendeu o procurador-geral da República, Augusto Aras,

“Qualquer investigação tem de acontecer dentro a lei e os excessos precisam ser investigados (…). Aras tem feito um trabalho de fazer com que a lei valha para todos. Embora ache que a Lava Jato não seja esse corpo homogêneo, considero que algumas pessoas ali têm interesse político ou financeiro (…). Com a saída de Moro, a produção do Ministério da Justiça subiu demais”, disse.  

 

Em nota, a defesa de Fabrício Queiroz afirma que vai esclarecer os fatos junto as autoridades. Veja a íntegra do posicionamento dos advogados.

 

“A defesa de Fabrício Queiroz esclarecerá oportunamente todos os fatos investigados pelo MPRJ, oportunidade em que demonstrará a inocorrência de crime e, portanto, a inocência do seu constituinte.” 

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