O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que ficou conhecido por sua atuação na Operação Lava-Jato, respondeu nesta quarta-feira (29/7) às críticas feitas pelo procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras.
"Desconheço segredos ilícitos no âmbito da Lava-Jato. Ao contrário, a Operação sempre foi transparente e teve suas decisões confirmadas pelos tribunais de segunda instância e também pelas Cortes superiores, como STJ (Superior Tribunal de Justiça) e STF (Supremo Tribunal Federal)", escreveu o ex-juiz federal no Twitter.
Na última terça-feira (28/7), Aras afirmou em uma transmissão ao vivo com advogados que "é hora de corrigir os rumos para que lavajatismo não perdure". O PGR disse que a Lava-Jato funciona como uma "caixa de segredos" e que a quantidade de dados armazenados pela força-tarefa de Curitiba é muito maior que os dados armazenados no sistema único do Ministério Público Federal (MPF).
Aras pontuou, ainda, que a equipe possui informações de 38 mil pessoas, e que ninguém sabe como essas pessoas foram escolhidas. "Agora é a hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure. Mas a correção de rumos não significa redução do empenho no combate à corrupção. Contrariamente a isso, o que nós temos aqui na casa é o pensamento de buscar fortalecer a investigação científica e, acima de tudo, visando respeitar direitos e garantias fundamentais", disse.
Tensão
As falas de Aras são mais um episódio da intensa crise que se instalou entre a PGR e a Lava-Jato, em especial com a força-tarefa de Curitiba. A situação se agravou depois que a subprocuradora-geral, Lindora Araújo, foi a Curitiba buscar dados da força-tarefa, que se recusou a compartilhar os dados sem prévia autorização judicial.
No último dia 9, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, determinou o compartilhamento de dados com a PGR pelas forças-tarefas da Lava-Jato no Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.