"Vivemos um momento de pressão em relação ao avanço das ilegalidades, notadamente o desmatamento e a questão das queimadas, mas deixamos muito claro o compromisso do nosso governo, do governo do presidente Jair Bolsonaro, em não aceitar que essas ilegalidades prosperem, mostrando para a comunidade internacional e para a sociedade brasileira de forma firme o nosso compromisso", disse.
O curto discurso foi feito na abertura da segunda reunião do Conselho da Amazônia Legal, recriado em fevereiro deste ano e presidido pelo vice-presidente. Na semana passada, 50 empresários de empresas do Brasil e fora assinaram um carta manifestando preocupação com o avanço da degradação ambiental no país e os impactos negativos nos negócios, como riscos de sanções internacionais.
Na sexta-feira (10), Mourão se reuniu com sete empresários e três entidades representativas. No encontro, ele assumiu 100% da responsabilidade em relação ao aumento do desmatamento ilegal e prometeu a elaboração de metas a serem cumpridas semestralmente contra o desmatamento na Amazônia.
Antes da reunião, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostraram o contínuo avanço do desmatamento na Amazônia Legal, com um aumento de 10,6% no mês de junho, comparado ao ano passado, e de 64% observando dados de agosto de 2019 a junho deste ano comparado com o mesmo período anterior, de 2018 a 2019.
Após reunião na sexta-feira, a presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, que esteve na reunião representando o setor empresarial, disse que o desmatamento ilegal está arranhando não só a imagem do país, mas também está atrapalhando os negócios de empresas. Algumas citaram que estão tendo menos investimento estrangeiro nos últimos anos por conta disso.
A mudança de postura por parte do governo federal vem após contínuas ações que reduziram políticas ambientais, gerando o crescimento dos números de desmatamento e queimadas. No ano passado, depois que dados do Inpe mostraram aumento da degradação da Amazônia, o presidente questionou os dados, e a discussão culminou na demissão do ex-diretor do instituto, Ricardo Galvão. Ele até hoje é gerido interinamente pelo militar da Força Aérea Brasileira (FAB) Darcton Policarpo Damião.
Saiba Mais
O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação por improbidade administrativa contra o ministro no último dia 6 pedindo o afastamento imediato de Salles. Na ação o órgão relata uma série de atos do ministro para justificar a necessidade de seu afastamento. Um deles é o despacho 4.410, de abril deste ano, e que poderia gerar a anulação de multas ambientais e a anistia de desmatadores da Mata Atlântica. Após muitas críticas, Salles acabou revogando o despacho.