Correio Braziliense
postado em 14/07/2020 14:35
Em meio a uma polêmica envolvendo novamente Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o instituto se mantém sem um diretor desde agosto do ano passado. Ela é comandada interinamente pelo militar da Força Aérea Brasileira (FAB) Darcton Policarpo Damião desde a saída do ex-diretor Ricardo Galvão, depois da divulgação de dados sobre desmatamento que desagradaram o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.O processo de escolha do novo diretor foi aberto em maio deste ano. No dia 3 de junho deste ano, o órgão divulgou no site uma nota informando que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações prorrogou o prazo para submissão de candidaturas ao cargo para o último dia 5 de julho. Segundo assessoria do Inpe, esta é a última informação sobre o processo. O ministério ressaltou em nota que o processo está dentro do prazo estipulado.
Ocorrerá na tarde desta terça-feira (14) um anúncio do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, sobre uma reestruturação do Inpe. O diretor interino participará do anúncio da nova estrutura e deve falar sobre o assunto da diretoria do órgão.
Na última segunda-feira (13), a coordenadora-geral de Observação da Terra do Inpe, Lubia Vinhas, departamento reponsável pelos sistemas que acompanham o desmatamento na Amazônia e no Cerrado, foi exonerada. A demissão ocorreu após dados de um dos sistemas mostrarem, na última sexta-feira (10), um novo aumento de desmatamento na Amazônia, com mais um recorde no mês de junho.
Em nota, o Inpe afirmou que a demissão de Lubia fazia parte de um processo de reestruturação, e que a realocação dele a outro caso, de chefe da Divisão de Projeto Estratégico, já estava prevista.
Empresários
A divulgação do aumento do desmatamento na Amazônia se deu em meio a conversas do vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), com empresários e investidores que mostraram preocupação e insatisfação com a política ambiental brasileira. Mourão se reuniu com investidores internacionais que condicionaram novos investimentos no Brasil ao controle do desmatamento.
Durante a semana, foi divulgada uma carta assinada por 50 empresários de grandes empresas do Brasil e fora manifestando preocupação com o desmatamento e os impactos nos negócios, como possíveis sanções internacionais. Na sexta, ele se reuniu com sete empresários e três entidades representativas para tentar acalmar os ânimos.
Na ocasião, prometeu a elaboração de metas a serem cumpridas semestralmente contra o desmatamento na Amazônia Legal e disse que o objetivo final é “reduzir o desmatamento ao mínimo aceitável”, frase que ele voltou a repetir na última segunda-feira (13) em videoconferência com o presidente do Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins.
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