O magistrado voltou a criticar a presença de militares da ativa do Exército na cúpula do Ministério da Saúde e deu a entender que o governo tenta fazer uso político da pandemia, jogando a culpa das mortes aos municípios e ao Supremo, o que acaba "implicando as Forças Armadas".
Gilmar se referiu, durante live do portal Jota, a decisão da Corte que entendeu que estados e municípios podem definir regras sanitárias durante a pandemia, como fechamento do comércio e de estradas e que a União não pode atuar para flexibilizar essas regras, mas apenas no sentido de intensificar as medidas ou unificar ações no âmbito nacional.
O ministro explicou as declarações que fez ao dizer que o "Exército está se associando a esse genocídio", em referência ao avanço da pandemia de coronavírus pelo país. "28 militares nos cargos de cúpula do Ministério da Saúde, dificuldade de executar o orçamento, colapso, portanto, do serviço de saúde. Foi neste contexto, então, que eu disse, que se o intuito, é neutralizar o Ministério da Saúde, é neutralizar o Supremo naquela decisão... O Supremo não disse que os estados eram responsáveis pela saúde. Mas sim que é uma competência compartilhada, como está no texto constitucional. Mas o presidente se esquece desta parte e diz sempre que a responsabilidade seria do Supremo e dos estados. Se o que se quer é mostrar isso do ponto de vista político, é um problema. E isso acaba sendo um ônus para as Forças Armadas", destacou.
Gilmar lembrou que estava em uma live com o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e com o médico Dráuzio Varella, e que "todos eles apontaram problemas na gestão executiva do Ministério da Saúde". O magistrado também lembrou de estava em um evento virtual com o fotojornalista Sebastião Salgado, que participou de missões para encontrar índios isolados na Amazônia.