O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou na tarde desta segunda-feira (13/7) que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes “passou a linha da bola” e “forçou a barra” ao criticar militares na Saúde, em meio a pandemia de coronavírus.
“O ministro Gilmar Mendes não foi feliz, né. Aí vou usar, como eu usei aí outro dia, uma linguagem do jogo de polo: ele cruzou a linha da bola ao querer comparar com genocídio o fato das mortes ocorridas aqui no Brasil na pandemia, querer atribuir essa culpa ao Exército porque tem um oficial general do Exército como ministro interino da Saúde. Ele forçou uma barra aí que agora está criando um incidente com o Ministério da Defesa. O MD há pouco soltou uma nota rebatendo essa questão e talvez até acione a PGR no sentido de interpelar o ministro. Acho que a crítica vai ocorrer, tem que ocorrer, ela é válida mas o ministro ultrapassou o limite da crítica aí”, apontou.
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Gilmar se referiu a participação de militares no Ministério da Saúde, que ocupam funções e cargos que não tem relação com suas formações. O próprio ministro interino da saúde, Eduardo Pazuello, não tem formação médica nem experiência no setor, mesmo estando a frente das ações de enfrentamento a pandemia que atinge o Brasil e o mundo. "Não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse vazio. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção é preciso se fazer alguma coisa. Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso", apontou.
O Ministério da Defesa por sua vez, afirmou que acionará a Procuradoria Geral da República (PGR) contra Gilmar Mendes. Por meio de nota, o general Augusto Heleno caracterizou com “injusta agressão” a fala do magistrado e manifestou apoio ao Ministério da Defesa.