Ao ser questionado sobre desgastes ou contaminação na caserna pela presença de militares no governo de Jair Bolsonaro, o ministro da Defesa elogiou os generais da reserva que comandam pastas civis, mas deixou claro que eles não representam o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.
As declarações do ministro, num encontro virtual promovido pelo grupo Personalidades em Foco, ocorrem na esteira de notícias de que os militares estariam interessados em interferir na política e de declarações dúbias do presidente e aliados sobre possíveis rupturas constitucionais. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, chegou a dizer sobre o tema que "não é mais uma opinião de 'se', mas de 'quando' isso (um golpe) vai ocorrer".
Fernando Azevedo e Silva destacou que as Forças Armadas "são instituições de Estado" e que ele é seu único "representante político". "Não tem outro representante", disse. Em seguida, ele afirmou que está alinhado com os comandantes militares, "responsáveis" pelos quartéis e pelas atividades militares. "Do muro dos quartéis para fora, eu tomo conta da parte política. Do muro dos quartéis para dentro, eu tenho os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Nós combinamos isso, e está indo muito bem."
O ministro disse que não há registros de posições políticas dentro das unidades militares. "A gente não vê declaração política de quem está nos quartéis, na ativa. Não tem", afirmou. "Esse é o segmento real militar, que está no dia a dia", completou. "As forças são instituições de Estado, que trabalham para o Estado."