O Facebook, empresa que gerencia o WhatsApp, derrubou contas ligadas ao Partido dos Trabalhadores no aplicativo de mensagens. O sistema automático identificou disparos em massa semiautomatizados proveniente de, pelo menos, nove perfis mantidos pela sigla. A desativação ocorreu nas últimas duas semanas, e de acordo com a legenda, quatro delas foram habilitadas novamente nos últimos dias. Segundo informações da plataforma, os canais que foram desativados estavam espalhando spam político, o que, apesar de não ser ilegal no Brasil, viola os termos de uso da empresa. Em nota, o Facebook afirmou que suas plataformas “não foram projetadas para enviar mensagens em massa ou automatizadas, que violam nossos termos de serviço”.
Ainda de acordo com a companhia, milhões de canais são excluídos por mês após denúncias ou quando identificados pelo sistema. “Constantemente, banimos contas por comportamentos abusivos: todo mês, mais de 2 milhões de contas são banidas globalmente. Estamos comprometidos em reforçar a natureza privada do serviço e manter os usuários protegidos contra abusos”, destacou.
A empresa avisou que as ações vão prosseguir, visando melhorar o uso das redes sociais dela e evitar a disseminação de notícias falsas. “Continuaremos a banir contas usadas para enviar mensagens em massa ou automatizadas e avaliaremos mais profundamente as nossas opções legais contra empresas que oferecem esses serviços, como fizemos no passado no Brasil”, concluiu.
Em carta, o PT afirmou que solicitou informações sobre a derrubada dos canais e que criou um serviço de informações oficiais em outro aplicativo. A legenda disse que vê com “estranheza” a ação justamente num período em que a sigla se mobiliza em torno do projeto de lei que pune o compartilhamento de fake news na internet (leia reportagem nesta página).
O PT é o segundo partido a ser alvo da operação. O PSL também teve páginas derrubadas no Facebook e Instagram, igualmente acusadas de fazer disparos em massa de mensagens. De acordo com o Facebook, no caso do PSL, as contas seriam mantidas por assessores que trabalham para o presidente Jair Bolsonaro e o filho dele, o senador Eduardo Bolsonaro, além de nomes ligados ao partido.