Politica

Bolsonaro diz sofrer pressão para o MEC e espera definir ministro amanhã

Pasta segue sem um titular desde que Carlos Alberto Decotelli pediu demissão em 30 de junho

O presidente Jair Bolsonaro quer “colocar um ponto final” no processo de escolha do novo ministro da Educação nesta sexta-feira (10/7). O chefe do Executivo disse que está entre “cinco e seis nomes” e que há “muita gente boa” no páreo para assumir a pasta, que está sem titular desde 30 de junho. No entanto, o presidente alertou que o Ministério da Educação é “um grande problema” e que algumas dificuldades aguardam o próximo ministro.

“Espero amanhã colocar um ponto final no MEC, um grande problema. Tem muita gente boa. Por outro lado, muita gente boa, mas quando vê o tamanho do problema que é ser ministro da Educação, a pessoa recua. Às vezes até pela idade, sabe que é uma luta bastante grande”, comentou o presidente, em live nas redes sociais durante a noite desta quinta-feira (9/7). 

Bolsonaro disse também que quer “resolver a questão do MEC” para “mudar a educação do Brasil”. “O que foi feito até agora, até o começo do nosso mandato, não deu certo. A prova do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) bem demonstra isso. O que nós queremos é que, na ponta da linha, tenhamos bons profissionais para o mercado de trabalho, para ser empregado, patrão, liberal. O que queremos é isso daí, e temos que ter uma pessoa que promova o diálogo, que não é fácil, com todas as esferas da educação. Então, essa é a nossa vontade: ter uma pessoa lá conciliadora”, disse o presidente.

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Apesar das pressões, Bolsonaro comentou que não pode “botar as pessoas por indicações”. “A gente analisa os currículos de todo mundo. Conversei com cinco, seis deles pessoalmente. É cansativo. Tem que dar uma atenção especial, tem que tratar com consideração, dizer que a conversa é uma sondagem, um namoro. Porque tem muita gente que quer ser (ministro) apesar das dificuldades. E a gente tem dificuldades. Quando escolhe um, os outros cinco ou seis são preteridos e ficam chateados, muitas vezes, conosco”, explicou.

Bolsonaro disse que “se Deus quiser, a gente vai acertar com o nome que vai indicar amanhã”. “A gente espera resolver essa questão do MEC, porque tem todo um simbolismo especial a educação no Brasil”, destacou.

Nomes 


O último ministro à frente do MEC foi Carlos Alberto Decotelli, que acabou pedindo demissão em 30 de junho devido a inconsistências no seu currículo. A saída de Decotelli aconteceu antes de ele ser empossado. O professor ficou apenas cinco dias como o titular da pasta.

Desde então, uma série de nomes passaram a ser analisados por Bolsonaro. O secretário de Educação e Esporte do Paraná, Renato Feder, chegou a receber um convite oficial, mas rejeitou a proposta do presidente.

Um dos candidatos para o MEC é o pastor da Igreja Presbiteriana Milton Ribeiro, segundo o jornal O Globo. Membro da Comissão de Ética Pública da Presidência, ele é ligado à Universidade Mackenzie e apresenta no currículo doutorado em Educação.  

Outro que entrou na lista dos cotados para comandar o MEC foi o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO). Bolsonaro disse que o parlamentar seria uma opção de "reserva" ao pastor Milton Ribeiro. Também existe a possibilidade de o chefe do Executivo escolher Anderson Correia, atual reitor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).