A ação do Ministério Público fala de uma série de atos do ministro para justificar a necessidade de seu afastamento. Um deles é o despacho 4.410, de abril deste ano, e que poderia gerar a anulação de multas ambientais e a anistia de desmatadores da Mata Atlântica. Depois de muitas críticas, Salles acabou revogando o despacho.
No parecer, a AGU ressalta que o despacho já é alvo de questionamento, e que "o trâmite apartado das demandas em análise, – ambas versando, no todo ou em parte, acerca da legalidade do Despacho nº 4.410/2020 – poderia gerar decisões conflitantes, pois um juízo poderia entender pela perfeita legalidade da interpretação e ordem contidas no Despacho nº 4.410/2020 e outro, na direção totalmente oposta, entender que tal ato seria ensejador de ato de improbidade administrativa".
O entendimento da AGU se dá pelo fato de já existir uma ação civil pública do MPF pedindo a anulação do referido despacho de Salles.
O advocacia solicita, ainda, que a União tenha um prazo de pelo menos cinco dias úteis para que "para que possa tecer argumentos sobre a juridicidade e licitude dos atos estatais praticados, na perspectiva da União" sobre o pedido de afastamento do ministro.
Saiba Mais
O órgão pontua ainda, na ação, que o ministro exonerou três fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) depois de ações em terras indígenas onde as equipes destruíram cerca de 100 máquinas e equipamentos utilizados por grupos para cometer crimes ambientais, segundo informações do MPF.