Politica

Relembre 15 vezes que Bolsonaro subestimou publicamente a covid-19

O Correio selecionou algumas das principais situações em que o presidente falou do vírus com desdém

Correio Braziliense
postado em 06/07/2020 21:34
O Correio selecionou algumas das principais situações em que o presidente falou do vírus com desdémJair Bolsonaro (sem partido) foi submetido a um novo exame de covid-19 nesta segunda-feira (6/7), após apresentar sintomas do novo coronavírus. Mesmo assim, o presidente chegou a ficar perto de apoiadores no Palácio da Alvorada. Esta, entretanto não é a primeira vez que ele subestima a doença e o alto risco de contágio. O Correio selecionou algumas das principais situações em que o presidente falou do vírus com desdém. 

Gripezinha

Em março, o presidente classificou o novo coronavírus como "fantasia" e disse que a pandemia "não é o que se propaga". Na ocasião, o presidente também não se mostrou amedrontado caso ele venha a ser diagnosticado com a doença. "Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, tá ok?”, disse o chefe do Executivo federal.

Histórico de atleta

Em rede nacional, Bolsonaro fez um pronunciamento sobre a pandemia no Brasil, defendeu a abertura de escolas, o fim do confinamento e criticou a "histeria" com a doença. 

No discurso, ele voltou a minimizar o coronavírus ao falar de si mesmo. “Pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou teria. Quando muito, seria acometido por uma gripezinha ou um resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico, daquela conhecida televisão”, emendou, numa referência a Drauzio Varella.

"E daí?"

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em ocasião em frente ao Palácio da Alvorada, que não faz "milagres" e deu a entender que não pode fazer nada em relação ao alto número de mortos por covid-19 no Brasil. E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse o presidente depois de ser questionado sobre os números.

Churrasco no Palácio 

Mesmo com as aglomerações não sendo recomendadas, o presidente disse em maio que iria "cometer um crime" para reunir os convidados em um churrasco no Palácio da Alvorada. O evento, segundo ele, seria para cerca de 30 pessoas e ainda terá direito a uma partida de futebol.

"Estou cometendo um crime. Vou fazer um churrasco no sábado aqui em casa. Vamos bater um papo, quem sabe uma peladinha, alguns ministros, alguns servidores mais humildes que estão do meu lado", disse.

Dias depois, o presidente desistiu do evento que causou repercussão negativa e nas redes sociais, chamou o churrasco de "fake".

Passeio de jet ski
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Após cancelar o churrasco no Palácio da Alvorada, Jair Bolsonaro aproveitou um dia para passear de jet ski no Lago Paranoá. Ao estacionar o veículo no pier, ainda na água, tirou selfie com apoadores que se aproximaram. O presidente não usava máscara de proteção.

Visitas em comércios de Brasília 

Sem máscaras, Bolsonaro marcou presença algumas vezes em comércios no Distrito Federal. Em 22 de junho, aproveitou um sábado para fazer compras em um mercado do Sudoeste. Acompanhado de escolta particular, o presidente saiu aplaudido. 

Em outra ocasião, visitou um churrasquinho em Taguatinga. Na ocasião, conversou com o vendedor e pessoas que se aglomeraram para apoiar o presidente que também não usou máscara. 

Participação em atos pró-governo 
O Correio selecionou algumas das principais situações em que o presidente falou do vírus com desdém

Jair Bolsolnaro participou da manifestação pró-governo que aconteceu na Esplanada dos Ministérios em maio. O presidente, que chegou de máscara no local, retirou a proteção logo no início do ato. Bolsonaro abraçou crianças e cumprimentou manifestantes que estavam na grade e cantavam: "eu sou brasileiro com muito orgulho e com muito amor". 

Visita a Comando de Artilharia do Exército em Formosa

No início de junho, Bolsonaro aproveitou visitou o Comando de Artilharia do Exército em Formosa. Sem máscara, o presidente chegou de helicóptero à base da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Depois, o chefe do Executivo postou um vídeo nas redes sociais em que é possível vê-lo acompanhando uma blitz. Pelo caminho, na beira da BR-020, Bolsonaro acenou para motoristas, abraçou e tirou fotos com os policiais que também estavam sem o equipamento. 

Aglomeração em restaurante de Abadiânia (GO)

Em visita a uma lanchonete em Abadiânia, em Goiás, a cerca de 120 km de Brasília, Bolsonaro tomou café da manhã e provocou aglomerações, apesar das recomendações de autoridades sanitárias para a necessidade do isolamento social como medida de contenção ao avanço do novo coronavírus no país.

Bolsonaro carregava consigo uma máscara, mas não a utilizou enquanto trocava apertos de mão e posava para fotos com populares. O presidente ainda pegou uma criança no colo e conversou com pessoas também sem utilizar a máscara. 

Visita ao Comando Militar do Sul

Em mais uma ocasião, o presidente apareceu em vídeo tentando cumprimentar militares com as mãos e recebendo de volta a saudação feita com o covotelo, conforme indicado por especialistas da saúde. As imagens repercutiram nas redes socias e foram gravadas em uma visita ao Comando Militar do Sul, em Porto Alegre. 

Limpou o nariz e cumprimentou apoiador

Outro vídeo do presidente repercutiu nas redes sociais e demonstrou despreocupação com a covid-19. Durante uma passagem pelo Sudoeste, em Brasília, Bolsonaro cumprimentou apoiadores na região e foi visto limpando o nariz com a mão. Em seguida, sem limpá-la, apertou a maão de algumas pessoas, entre elas uma idosa que usava máscara de proteção.

Passeio a cavalo na Esplanada
O Correio selecionou algumas das principais situações em que o presidente falou do vírus com desdém

Nas redes sociais, Bolsonaro mostrou um passeio a cavalo na Esplanada, acenou para apoiadores e disse: "Estarei onde o povo estiver". O presidente também não usava máscara na ocasião.

"Morre mais gente de pavor"

Em live pela internet, Bolsonaro disse que é preciso se cuidar, mas que "morre muito mais gente de pavor do que do ato em si". 

"Tem que se cuidar. Eu estou com 65 anos tenho que cuidar de mim mesmo, (de) minha mãe que está viva. E toca o barco. É a vida, é a realidade. Morre muito mais gente de pavor do que do ato em si. Então o pavor também mata, leva ao estresse, ao cansaço, a pessoa não dorme direito, fica sempre preocupada, (pensando) 'se esse vírus pegar vou morrer'", disse o presidente

"Alguns vão morrer afogados"

"A chuva está aí, vamos nos molhar e alguns vão morrer afogados". Essa foi uma das frases do presidente a respeito do novo coronavírus no Brasil. Na ocasião, ele defendeu que apenas idosos deveriam respeitar protocolos de distanciamento como forma de se prevenir contra o novo coronavírus, e caberia às famílias zelar pelo bem-estar dos mais velhos. 

Almoço com embaixador sem máscara

No último sábado (4/7), Jair Bolsonaro almoçou, sem máscara de proteção, com o embaixador do Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, para comemorar o dia de independência do país norte-americano. O almoço foi na casa do embaixador, em Brasília. 

Bolsonaro, ministros e o filho do presidente apareceram em fotos, divulgadas pelo próprio presidente, sem proteção .

Brasil tem 1,6 milhão de casos

O último balanço do Ministério da Saúde sobre o novo coronavírus, divulgado nesta segunda-feira (6/7), mostra que a doença já fez 65.487 vítimas e infectou 1.623.284 pessoas no brasil.  Só nesta segunda, foram registradas mais 620 mortes pela doença, quantidade capaz de lotar um Airbus A380, maior modelo de aeronave de passageiros do mundo. Mais 20.229 positivos para a covid-19 também entraram na atualização. 

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