O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por 4 votos a 3, manter em andamento uma ação que pede a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão, vencedora das eleições de 2018. No caso, os autores alegam que o presidente Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, foram beneficiado pela invasão de um grupo criado no Facebook durante o pleito. A decisão da Corte eleitoral representa uma derrota para o governo.
A Corte decidiu pela reabertura do prazo de produção de provas. Com isso, a Polícia Federal fará novas diligências para saber se a chapa foi beneficiada com o ataque contra a página. Nas ações que foram levadas a julgamento, a coligação Unidos para Transformar o Brasil (Rede/PV), os ex-candidatos Maria Osmarina Marina da Silva (Marina Silva) e Guilherme Castro Boulos, e a coligação Vamos Sem Medo de Mudar o Brasil (Psol/PCB) e, respectivamente, alegaram que Jair Bolsonaro e o vice foram beneficiados pela invasão do grupo "Mulheres Com Bolsonaro", no Facebook. A página ganhou relevância na época das eleições por rapidamente atrair 1 milhão de membros. Os debates e protestos realizados por meio do grupo atingiram ampla repercussão na internet.
No entanto, em plena ascensão, o grupo foi invadido por hackers, e o nome alterado, para Mulheres com Bolsonaro. As publicações, de acordo com as ações apresentadas no TSE, passaram a defender a eleição do atual chefe do Executivo. O relator do caso, ministro Og Fernandes, votou pelo indeferimento do pedido. O grupo tinha 2,7 milhões de integrantes quando foi alvo da ação de criminosos virtuais. O presidente, à época candidato, postou a imagem do grupo invadido no Twitter e agradeceu pelo apoio.
As novas diligências devem apurar se Bolsonaro sabia da invasão ou de alguma forma pode ter participado, ou ter sido informado com a intenção de obter vantagem eleitoral.