Politica

Decotelli deve anunciar demissão do Ministério da Educação nesta terça

Após FGV negar que Decotelli tenha sido professor da instituição, ministro foi pressionado a pedir a pedir demissão do MEC

Correio Braziliense
postado em 30/06/2020 14:51

Decotelli e BolsonaroAs revelações que apontam inconsistências no currículo do recém-nomeado ministro da Educação, Carlos Decotelli, não param de pipocar. A última foi na noite de segunda-feira (29/6), quando a Fundação Getúlio Vargas (FGV) negou que ele tenha sido professor titular da instituição. Ao que tudo indica, essa foi a gota d'água para a permanência do economista no comando da pasta.

 

A informação de que Decotelli havia sido professor da FGV constava no currículo dele, mas foi corrigida pela instituição na noite de segunda-feira (29/6). Segundo a FGV, o ministro foi professor colaborador de diversos cursos de pós-graduação: "Decotelli  atuou apenas nos cursos de educação continuada, como professor colaborador, nos programas de formação de executivos, e não como professor de qualquer das escolas da Fundação”.
 

Após mais essa polêmica, a pressão interna no governo federal foi que Decotelli pedisse demissão do comando do Ministério da Educação. A nomeação dele no Diário Oficial da União (DOU) como terceiro ministro da pasta na gestão de Jair Bolsonaro ocorreu na última quinta-feira (25/6).

Desde então, a Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, desmentiu o título de doutorado e a Universidade Wuppertal, na Alemanha, negou que ele tivesse realizado pós-doutorado. Decotelli esclareceu que teve a tese reprovada antes de submetê-la à banca no curso de doutorado na instituição argentina e que, por questões financeiras pessoais, não voltou a tentar defender a tese. Sobre o pós-doc, não emitiu declaração. 

 

Saiba Mais

Há ainda suspeita de plágio na tese de mestrado defendida por Decotelli, em 2008, na FGV do Rio de Janeiro. Sobre essa questão, o ministro negou ter cometido plágio: "É possível haver distração, sim senhora. Hoje se tem softwares para avaliar se teve ou não inconsistência, mas naquela época não tinha. Não houve plágio, porque ele ocorre quando se faz control c, control v. Não foi o que ocoreeu", argumentou. A FGV apura o caso.

Por mais que o o próprio Decotelli e o presidente Jair Bolsonaro tenham tentado minimizar as turbulências para indicar que não haveria mais mudanças na pasta, a expectativa é que o ministro da Educação pessa demissão da pasta ainda nesta terça-feira (30/6), sem que complete uma semana no cargo.

Por coincidência, a saída de Decotelli do Minisério da Educação pode ocorrer no dia em que estava marcada inicialmente a cerimônia de posse dele na pasta. Um dia antes, porém, o evento foi adiado pelo governo federal, sem comunicar uma nova data. Agora, o mais provável é que não ocorra.

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