As revelações que apontam inconsistências no currículo do recém-nomeado ministro da Educação, Carlos Decotelli, não param de pipocar. A última foi na noite de segunda-feira (29/6), quando a Fundação Getúlio Vargas (FGV) negou que ele tenha sido professor titular da instituição. Ao que tudo indica, essa foi a gota d'água para a permanência do economista no comando da pasta.
A informação de que Decotelli havia sido professor da FGV constava no currículo dele, mas foi corrigida pela instituição na noite de segunda-feira (29/6). Segundo a FGV, o ministro foi professor colaborador de diversos cursos de pós-graduação: "Decotelli atuou apenas nos cursos de educação continuada, como professor colaborador, nos programas de formação de executivos, e não como professor de qualquer das escolas da Fundação”.
Após mais essa polêmica, a pressão interna no governo federal foi que Decotelli pedisse demissão do comando do Ministério da Educação. A nomeação dele no Diário Oficial da União (DOU) como terceiro ministro da pasta na gestão de Jair Bolsonaro ocorreu na última quinta-feira (25/6).
Desde então, a Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, desmentiu o título de doutorado e a Universidade Wuppertal, na Alemanha, negou que ele tivesse realizado pós-doutorado. Decotelli esclareceu que teve a tese reprovada antes de submetê-la à banca no curso de doutorado na instituição argentina e que, por questões financeiras pessoais, não voltou a tentar defender a tese. Sobre o pós-doc, não emitiu declaração.
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Por mais que o o próprio Decotelli e o presidente Jair Bolsonaro tenham tentado minimizar as turbulências para indicar que não haveria mais mudanças na pasta, a expectativa é que o ministro da Educação pessa demissão da pasta ainda nesta terça-feira (30/6), sem que complete uma semana no cargo.
Por coincidência, a saída de Decotelli do Minisério da Educação pode ocorrer no dia em que estava marcada inicialmente a cerimônia de posse dele na pasta. Um dia antes, porém, o evento foi adiado pelo governo federal, sem comunicar uma nova data. Agora, o mais provável é que não ocorra.