Fora do governo Bolsonaro e do Brasil, Abraham Weintraub continua a provocar controvérsia. Além das polêmicas envolvendo a chegada de Weintraub aos Estados Unidos, a figura do ex-ministro não foi bem recebida pela associação de funcionários do Banco Mundial. A WBG Staff Association enviou uma carta ao conselho de ética da instituição, ontem, rejeitando a indicação de Abraham Weintraub ao cargo de diretor executivo do órgão internacional. O grupo pede que a nomeação seja suspensa até o fim de investigação sobre supostas declarações racistas proferidas pelo ex-ministro da Educação do Brasil.
“O Grupo Banco Mundial acaba de assumir uma posição moral clara para eliminar o racismo em nossa instituição. Isso significa um compromisso de todos os funcionários e membros do grupo de expor o racismo onde quer que o vejamos. Acreditamos que o Conselho de Ética do Banco Mundial compartilha essa visão e fará tudo ao seu alcance para aplicá-la”, reivindicou a associação de funcionários, por meio de nota pública.
Um abaixo assinado em inglês também busca pressionar o Banco Mundial a não aceitar a indicação do ex-ministro ao cargo. A petição argumenta que Weintraub é investigado por envolvimento em fake news e que teve péssima atuação como ministro. “Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação, está sob investigação por estar envolvido no escândalo de fake news no Brasil. Ele é um inimigo público da educação e não fez nada de positivo durante seu mandato. Não podemos permitir que ele deixe o governo e receba um cargo em uma importante instituição internacional”, diz o texto.
Um dia após anunciar que não ficaria mais na Esplanada, Weintraub embarcou para os Estados Unidos. Para ingressar no país sem se submeter a uma quarentena de 14 dias, ele fez usou de passaporte diplomático e visto especial de ministro de Estado.
A exoneração do Weintraub foi publicada no sábado, dia 20 de junho, em edição extra do Diário Oficial da União. Mas, na segunda-feira, o governo modificou a data de exoneração, retificando-a para sexta-feira, dia 19 de junho.
Antes da mudança promovida pelo governo, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) cobrou explicações do Itamaraty a respeito da ida de Weintraub aos Estados Unidos.
“Abraham Weintraub está sob investigação por estar envolvido no escândalo de fake news no Brasil. Ele é um inimigo público da educação”
Trecho da carta enviada ao Conselho de Ética do Banco Mundial