A principal especialidade desses canais, segundo a PGR, e criar uma panorama de "amigo-inimigo", que tem, segundo o texto, repercussões posteriores "na vida real". "Com o objetivo de lucrar, estes canais, que alcançam um universo de milhões de pessoas, potencializam ao máximo a retórica da distinção amigo-inimigo, dando impulso, assim, a insurgências que acabam efetivamente se materializando na vida real, e alimentando novamente toda a cadeia de mensagens e obtenção de recursos financeiros", explica o documento. Vale lembrar que parte dessas repercussões são, justamente, as manifestações antidemocráticas.
A PGR exemplifica os valores obtidos, como o do canal Folha Política. "Para que se tenha uma dimensão dos volumes envolvidos nesse mercado, um relatório de uma empresa especializada em análises estatísticas de páginas do YouTube dá conta de que as 829 mil visualizações obtidas com o vídeo da 'live' que o presidente gravou em 3 de maio na frente do Palácio do Planalto podem ter gerado um lucro entre 6 mil e 11 mil dólares para o administrador do canal "Folha Política", que tem 1,8 milhões de inscritos", afirma a PGR.
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"Trata-se de um negócio lucrativo, especialmente quando milhões de pessoas são postas em contato com vídeos batizados com títulos expressivos como 'Bolsonaro rebate conspiradores', 'Bolsonaro dá ultimato para sabotadores e intromissões', 'Bolsonaro invade STF', 'A Força de Bolsonaro é maior que Congresso e STF', 'Bolsonaro e Forças Armadas fechados em um acordo para o Brasil' e 'STF decidiu eliminar Bolsonaro'", elenca a PGR.
A PGR citou uma série de youtubers pontuando que são "conhecidos por replicar e amplificar teses e materiais conspiratórios e forte apelo para propagação"