No momento em que foi preso, Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), disse aos policiais que a esposa dele, Márcia Oliveira de Aguiar, estava no Rio de Janeiro. Ela também é alvo de mandado de prisão. “O que ele falou foi que ela não estava em São Paulo, estava no Rio de Janeiro, e foi só isso que ele falou e só isso que foi perguntado”, afirmou o promotor de Justiça Jandir Moura Torres Neto, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPSP).
O mandado contra Márcia seguia em aberto até o fechamento desta edição. O advogado de Queiroz, Paulo Emílio Catta Preta, disse, em entrevista à CNN Brasil, que não sabe onde está a mulher do ex-policial e que aguarda que ela faça contato.
A autorização da prisão de Márcia preocupa Queiroz. Quando a prática das rachadinhas no gabinete do filho do presidente começou a ser investigada, em 2018, ele dizia que “podem me prender, mas não podem prender minha mulher nem minha filha”.
Advogados passavam o recado ao então coordenador da campanha de Jair Bolsonaro para a presidência, Gustavo Bebianno, disse a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. Segundo ela, o núcleo da campanha entendia que Queiroz poderia suportar a prisão, mas não reagiria tão bem caso a família virasse alvo. Desde aquela época, Márcia, lotada no gabinete de Flávio Bolsonaro, e a filha, Nathalia Melo de Queiroz, que trabalhou com o presidente Jair Bolsonaro, também eram investigadas.
Queiroz continuava em contato com a família, mesmo enquanto se mantinha escondido, e discutia estratégias de defesa com advogados que representavam o presidente e o filho, segundo a Folha. Um advogado ligado à família Bolsonaro conversava sempre com o ex-policial, na época, de acordo com relatos do empresário Paulo Marinho, que participou da campanha de Bolsonaro. (AA e ST)