Correio Braziliense
postado em 18/06/2020 23:14
Ao deixar o Ministério da Educação para assumir a direção do Banco Mundial, Abraham Weintraub terá um aumento de salário de quase 400% por mês. Se antes recebia o valor de R$ 30.934, pago a um ministro, o professor universitário passará a arrecadar mensalmente US$ 21.547 (quase R$ 116 mil) para atual na instituição financeira.
Os vencimentos anuais do ex-ministro chegarão a US$ 258.570, cerca de R$ 1,3 milhão. Seu salário será livre de impostos – por ser funcionário internacional, ele não é cobrado pela Receita Americana –, situação diferente de quando chefiava a pasta da Educação.
Diplomatas e integrantes de órgãos multilaterais apontam que a a nomeação de Weintraub para o Banco Mundial é um grande risco. Ele assumirá o cargo de diretor-executivo do Grupo de Acionistas que o Brasil representa no Banco Mundial, que contém Colômbia, Filipinas, Equador, República Dominicana, Haiti, Panamá, Suriname e Trinidad e Tobago.
Desta forma, sua função dependerá de boas relações com os representantes do grupo para que o Brasil possa obter novos investimentos.
Weintraub deixou o Ministério da Educaçãodepois de uma série de polêmicas envolvendo o MEC e de declarações dadas em redes sociais. No domingo, ele havia participado de ato de apoio ao governo em Brasília, mas não usou máscaras e foi multado em R$ 2 mil pelo governo do Distrito Federal.
Além disso, é alvo do Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news por ter falado em prisão de ministros da Corte e os xingado de “vagabundos”. Weintraub também é investigado por suposta prática de racismo ao ironizar a China.
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