O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), considera positiva a saída de Abraham Weintraub do Ministério da Educação, anunciada nesta quinta-feira (18/6). Para o deputado, o MEC “estava muito ruim” sob gestão do economista. Ele criticou a atuação do ex-ministro, com quem se desentendeu em várias ocasiões, ao chegar à Câmara, nesta quinta.
“Espero que possamos ter alguém, de fato, comprometido com a educação e com futuro das nossas crianças”, comentou Maia, perguntado sobre a expectativa quanto ao nome que substituirá Weintraub, ainda não definido. “Todo mundo sabe da minha posição (em relação a ele). Não adianta ficar reafirmando. Não é isso que vai melhorar o diálogo com o Ministério da Educação”, acrescentou.
O deputado, no entanto, não deixou de alfinetar Weintraub em pelo menos outras duas oportunidades. Primeiro, respondeu a uma provocação publicada em nota, no site do MEC, sobre o Congresso ter deixado caducar a medida provisória (MP) que criava a carteira estudantil digital. “Não vou responder a ex-ministro. Vou responder ao próximo ministro”, disse.
A nota, que traz um balanço dos 14 meses de Weintraub no governo, menciona que ele "criou um projeto de emissão de carteiras estudantis gratuitas e em formato digital", mas que a pauta "não foi aprovada dentro do prazo necessário pelo legislativo e milhares de jovens ficaram sem o benefício".
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Cotas
Maia também comentou a última ação de Weintraub à frente do MEC: revogar a portaria que previa cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação em instituições públicas. Deputados apresentaram projeto de decreto legislativo para suspender os efeitos da medida.
O presidente da Câmara, no entanto, acredita que é possível resolver o assunto sem precisar votar projetos, por meio de diálogo com o governo. “Essa ultima decisão do ministro, já sabendo que ia sair, talvez tenha baixa legitimidade, em um tema que vai gerar tanto desgaste e polêmica”, considerou.
Evasivo
Maia não quis falar sobre a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-SP), filho mais velho do presidente. “Não tenho comentário sobre esse assunto. Não é assunto da política”, disse, ao ser perguntado sobre a opinião dele a respeito do cartaz com menção ao AI 5 no imóvel do advogado de Bolsonaro onde estava Queiroz.
"Esse assunto não cabe. Não devo comentar esse assunto. Vamos tratar da política, das medidas provisórias, da decisões do Weintraub em relação a um tema tão polêmico que ele decidiu", listou. "Disso que devo tratar. Outros assuntos não cabem", reforçou.