Politica

Em vídeo, Weintraub explica a saída do Ministério da Educação; veja

Segundo Weintraub, ele deixará o governo para assumir cargo na direção do Banco Mundial

Correio Braziliense
postado em 18/06/2020 16:12
Segundo Weintraub, ele deixará o governo para assumir cargo na direção do Banco MundialAbraham Weintraub foi demitido do cargo de ministro da Educação, na tarde desta quinta-feira (18/6). Ele postou um vídeo ao lado do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. Segundo Weintraub, ele deixará o governo para assumir um cargo no Banco Mundial. Essa foi a saída honrosa encontrada pelo Palácio do Planalto para não deixar desalentado seu fiel escudeiro. Assim, o presidente tenta diminuir o atrito do Executivo com o Judiciário, que se intensificou pelos insultos do ministro aos integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Agradeço a todos de coração, em especial ao Presidente @jairbolsonaro. O melhor Presidente do Brasil! LIBERDADE!", escreveu Weintraub na legenda do vídeo.



"Sim, dessa vez, é verdade. Eu estou saindo do MEC, e vou começar a transição agora. Nos próximos dias, eu passo o bastão para o ministro que vai ficar no meu lugar, interino ou definitivo."

Weintraub também não apresentou os motivos que levaram a sua saída. "Nesse momento, eu não quero discutir os motivos da minha saída, não cabe. O importante é dizer que eu recebi o convite para ser diretor de um banco, já fui diretor de um banco no passado, volto ao mesmo cargo porém no Banco Mundial. O presidente já referendou e, com isso, eu minha esposa, nossos filhos, e até a nossa cachorrinha Capitu, vamos poder ter a segurança que hoje está me deixando muito preocupado."

E completou: "Estou fechando um ciclo e começando outro. E é claro que eu continuo apoiando o senhor (Bolsonaro), como fiz nos últimos três anos, desde que a gente se conhece. Nesse período eu vi um patriota, que defende os mesmos valores que eu sempre acreditei: a família, a liberdade, a honestidade, a franqueza, o patriotismo e que tem Deus no coração. Agradeço a honra que foi participar de seu governo. Desejo toda a sorte e o sucesso que o senhor merece nesse desafio gigante que é tentar salvar o Brasil. Eu continuarei lutando pela liberdade, mas de outra forma", concluiu.

Bolsonaro comentou em seguida, caracterizando o momento como "difícil". "É um momento difícil, todos os meus compromissos de campanha continuam de pé. Busco implementá-los da melhor forma possível. A confiança você não compra, você adquire. Todos que estão nos ouvindo agora são maiores de idade, sabem o que o Brasil está passando. E o momento é de confiança. Jamais deixaremos de lutar por liberdade. Eu faço o que o povo quiser", apontou o presidente no vídeo.

Com a saída de Weintraub, um forte nome para assumir a pasta é o secretário nacional de Alfabetização, Carlos Nadalim. Assim como o ex-ministro, faz parte da ala ideológica e é seguidor do escritor Olavo de Carvalho. Defende o homeschooling — proposta de ensino doméstico ou domiciliar. 
 
Nadalim é formado em direito pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde também fez especialização em filosofia e mestrado em educação. No ano passado, ele havia sido cogitado para assumir o ministério, quando Bolsonaro exonerou o então ministro da Educação, Ricardo Vélez.

Os rumores de que Weintraub deixaria o governo aumentaram nesta semana, quando ele não compareceu a duas cerimônias ocorridas no Palácio do Planalto. Em ambos eventos, o alto escalão de Bolsonaro compareceu em peso. Aliados disseram que a ausência do ainda ministro foi para não causar constrangimento com outras autoridades da República. 

situação de Weintraub no governo começou se desgastar após a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. O ex-ministro da Educação disse no encontro: "Por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF". 

Nesta quarta-feira (17/6), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 9 a 1, rejeitar o pedido para que Weintraub fosse retirado do inquérito das fake news, que apura ameaças, ofensas e informações mentirosas contra os magistrados.

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