Uma operação da Polícia Federal (PF), com apoio do Ministério Público Federal (MPF), está cumprindo, nesta terça-feira (16/6), 21 mandados de busca e apreensã em cinco estados e no Distrito Federal, no âmbito do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga atos antidemocráticos. As ações estão acontecendo em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão e Santa Catarina.
Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O inquérito do STF investiga a origem de recursos e a estrutura de financiamento de grupos que são suspeitos de organizarem os atos. A operação é mais uma fase das investigações que buscam provas sobre o financiamento e organização dos atos realizados nos últimos meses.
Segundo MPF, há indícios de que os alvos da operação possuem envolvimento com a realização de manifestações que pedem fechamento do STF e do Congresso Nacional. Conforme o órgão, uma linha de apuração é de que os investigados teriam agido de forma articulada com agentes públicos que possuem foro privilegiado no STF "para financiar e promover atos que se enquadram em práticas tipificadas como crime pela Lei de Segurança Nacional (7.170/1983)."
Os alvos
Os alvos são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Dentre eles, está o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), o único com foro. Também foram alvos o blogueiro Allan dos Santos, o advogado e empresário , e o publicitário Sérgio Lima. Belmonte é vice-presidente do partido do presidente Jair Bolsonaro que está em processo de criação, o Aliança pelo Brasil. Já Lima, é marqueteiro do partido.
Allan dos Santos também foi alvo de busca e operação no dia 27 de maio no âmbito do inquérito das fake news, que investiga ameaças, ofensas e informações falsas contra os ministros da suprema Corte.
O inquérito que investiga atos antidemocráticos foi instaurado em 20 de abril a pedido da PGR. Nessa última segunda-feira (15/5), a PF prendeu temporariamente a ativista Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter, líder do grupo '300 do Brasil', que apoia o presidente Jair Bolsonaro, a pedido da PGR. Houve mandado de prisão temporária contra outras cinco pessoas ligadas ao grupo, que não haviam sido presas até a última segunda-feira (15).