O presidente Jair Bolsonaro se irritou, na manhã desta segunda-feira (15/6), com os apoiadores que o aguardavam na saída do Palácio da Alvorada. O chefe do Executivo costuma cumprimentar e tirar selfies com os simpatizantes e ouvir pedidos e reclamações diariamente. No entanto, se mostrou impaciente com os bolsonaristas.
Uma das mulheres presentes afirmou ser de Roraima e disse a Bolsonaro que o local “está precisando muito da ajuda dele”. O presidente responde que já havia enviado verbas. “Nós já ajudamos com dinheiro. Mandamos recursos para todos os estados e Roraima foi também. Agora, não sei o porquê, estão transferindo o pessoal doente de Boa Vista para Manaus”, criticou.
Outra apoiadora reclamou que viajou de São Paulo para ver o presidente e no domingo foi “impedida de tudo”. “A gente não pode nem ir na igreja. Estava tudo fechado. É um absurdo a gente, como brasileira, ter que passar por isso. Essa pouca vergonha do STF. É inconstitucional proibir a gente de hastear uma bandeira brasileira”, afirmou. “A gente tem esperança no senhor, Bolsonaro”, emendou ela.
O presidente respondeu já impaciente. “O que eu posso te dizer? Foram 30 anos de destruição deste país. Alguém quer que eu resolva em um ano?”, questionou. A uma seguinte apoiadora que se dirigiu a ele pedindo que olhasse para obras de infraestrutura no Riacho Fundo (DF), Bolsonaro disparou: “O mais rápido possível que eu tenho uma agenda cheia”.
"Eu vou ser prefeito"
Enquanto ela falava, Bolsonaro rispidamente rebateu: “Minha senhora, se eu for tratar assunto individualmente do Brasil todo eu vou ser prefeito e não presidente da República”.
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“Eu entendo, eu entendo”, disse ela. A um outro bolsonarista que demandava pedidos na área da saúde, Bolsonaro rebateu. “Eu não posso ser um agenciador de agenda. Eu não sou funcionário para achar agenda para todo mundo. Por favor, procure o Ministério da Saúde”, recomendou.
O apoiador tentou explicar do que se tratava e o presidente, por fim, ameaçou acabar com o atendimento na portaria da residência oficial: “Olha, eu vou acabar não parando mais aqui. Me desculpem. São 50 pedidos por dia. Peço desculpas aí, o Brasil foi destruído em 30 anos", voltou a justificar.
Ao final, enquanto Bolsonaro se distanciava para entrar no comboio e seguir rumo ao Palácio do Planalto, os apoiadores tentavam demonstrar que apoiavam fielmente o chefe do Executivo: “O senhor é um tesouro,a gente te ama”.