Correio Braziliense
postado em 11/06/2020 22:29
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 11, que espera "melhorar" as comunicações do governo com a recriação do Ministério das Comunicações e a nomeação do deputado Fábio Faria (PSD-RN) para a chefia da pasta. "Obviamente a Secom (Secretaria Especial de Comunicação) vai para lá, a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) vai para lá. Vamos tentar melhorar as comunicações do governo" declarou o presidente.
Criticado pelo possível aumento de custos com o novo ministério, Bolsonaro garantiu que não haverá despesas. "Não houve aumento de despesas. Zero. Nenhum cargo foi criado. Você pode falar: criou cargo, tem o salário do ministro. Bem, o Fábio Farias pode optar entre receber o salário de deputado ou abrir mão e receber o de ministro."
Economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast afirmaram que a nova pasta não deve ter impacto relevante nas despesas do Executivo Federal, mas não representa um "custo zero" aos cofres públicos, como diz o presidente.
Na última quarta-feira, 10, o governo anunciou a recriação do ministério das Comunicações, que antes era parte da pasta comandada pelo ministro-astronauta Marcos Pontes. Segundo Bolsonaro, a escolha de Faria se deu pela relação com Silvio Santos, dono do SBT, e não pela sua aproximação com o Centrão. O novo ministro é casado com a filha do empresário, a apresentadora Patrícia Abravanel.
Cassação da chapa Bolsonaro-Mourão
Na live, Bolsonaro afirmou que as ações que pedem a cassação de sua chapa com Hamilton Mourão não têm "cabimento" e são tentativas de "querer decidir no tapetão". "Realmente é uma tentativa ali, por parte desses partidos, de querer decidir no tapetão. Logicamente a gente fica preocupado, mas não tem cabimento prosperar uma ação nesse sentido. Não existe, com todo respeito ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que tem a obrigação de apoiar as coisas. No meu entender deveria ser arquivado de ofício essa questão", disse o presidente.
Na última terça-feira, 9, o TSE adiou a conclusão do julgamento de duas das ações que pedem a cassação da chapa Bolsonaro e Mourão nas eleições presidenciais de 2018. O ministro Alexandre de Moraes pediu vista (mais tempo para analisar o processo). O placar terminou em 3 votos a favor e 2 contra a reabertura de prazo para produção de provas no processo.
As ações tratam de ataques cibernéticos a um grupo de Facebook que teria favorecido Bolsonaro. Marina Silva (Rede) e Guilherme Boulos (PSOL) alegam que, durante a campanha, o grupo do Facebook "Mulheres Unidas contra Bolsonaro", que reunia mais de 2,7 milhões de pessoas, sofreu ataque virtual que alterou o conteúdo da página, incluindo o nome, que mudou para "Mulheres COM Bolsonaro #17", e isso teria beneficiado a imagem de Bolsonaro, então candidato.
Em relação ao placar, Bolsonaro disse que aqueles que votaram pela continuidade do processo não necessariamente votariam pela cassação da chapa. Em seguida, no entanto, o presidente voltou atrás. "Se bem que eu vi um ministro falando que se descobrisse ligação desse hacker comigo, seria passível de cassação da chave "
Na transmissão, Filipe G. Martin, assessor internacional do presidente, afirmou que mesmo se o hacker fosse um apoiador de Bolsonaro, isso não seria responsabilidade do presidente."
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