O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Luiz Mendonça, disse na tarde desta quarta-feira (10/6) que não é admissível que operações sigilosas da Polícia Federal sejam reveladas a “autoridades públicas no nível político”. Ele pregou que a corporação deve ter “total independência” e que “todas as suas ações devem ser feitas de forma técnica, imparcial e impessoal”.
“Se há algum vazamento, que seja verificado onde ocorre e seja saneado. A Polícia Federal tem total independência na atuação e não só isso. Ela atua de forma segregada no uso das informações. As autoridades públicas no nível político não devem acompanhar operações q estão tramitando num nível sigiloso, em segredo de justiça”, afirmou Mendonça, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.
Mais cedo, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) recebeu duras críticas depois de a Polícia Federal ter deflagrado a operação Para Bellum, que tem objetivo de apurar possível fraude na compra de respiradores pulmonares pelo governo do Pará. Um dos investigados é o governador Helder Barbalho (MDB).
No fim de maio, a parlamentar havia dito para diferentes órgãos da imprensa que a corporação estava no encalço de alguns governadores. À CNN Brasil, Zambelli afirmou: “Eu me preocuparia com o Barbalho, não só pelo superfaturamento, mas eu acho que corre no sangue a questão da corrupção. Acho que vem de pai para filho”.
Antes disso, ao falar para a Rádio Gaúcha, Carla Zambelli comentou: “A gente deve ter, nos próximos meses, o que a gente vai chamar, talvez, de ‘Covidão’ ou de… não sei qual vai ser o nome que eles vão dar… mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal”. No dia seguinte à entrevista, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), foi alvo da Operação Placebo, que apura suspeitas de desvio de recursos públicos em ações de combate à pandemia do novo coronavírus.
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“Ela atuava, atua e deve sempre atuar com absoluta independência. As operações ocorrem sem qualquer atuação de agentes ou interferência de agente políticos. É nesse sentido que ela deve continuar. As operações são realizadas com o aval do Judiciário e com o acompanhamento e fiscalização, e até atuação ativa do Ministério Público Federal. Então, a Polícia Federal tem credibilidade, legitimidade e serviços prestados, e deve se comprometer com esta linha de atuação sempre. Esse é o nosso compromisso”, acrescentou o ministro.