Politica

Tropa de choque em SP



Sem registros de confrontos intensos, porém com várias aglomerações em meio à pandemia do novo coronavírus, grupos de manifestantes protestaram ontem, na sua maioria de forma pacífica, a favor da democracia, contra o governo de Jair Bolsonaro e pelo fim do racismo e da violência policial. Os atos ocorreram em pelo menos 11 estados e no Distrito Federal. Em alguns locais, houve panelaços e buzinaços em apoio aos movimentos.

Na capital paulista, no início da noite, a tropa de choque da Polícia Militar dispersou um grupo de manifestantes com bombas de efeito moral, na região de Pinheiros, após o encerramento do ato, realizado no Largo da Batata. O secretário executivo da PM, coronel Alvaro Camilo, disse à emissora CNN que a polícia usaria “progressivamente a força” e que “quem ficou na rua até essa hora, quase 19h, é alguém que não está querendo boa coisa”.

A tropa de choque impediu que o grupo chegasse à Avenida Paulista, onde havia um ato menor, com dezenas de pessoas, a favor de Bolsonaro. Enquanto no Largo da Batata foi tomado por faixas pelo “fim do genocídio negro” e da violência policial, na Paulista prevaleceram pautas antidemocráticas, como fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), intervenção militar e uma nova Constituição, com criminalização do comunismo.

Um grupo antifascista tentou ir ao local no fim da tarde, o que havia sido proibido pela Justiça paulista, para evitar confrontos. No trajeto, alguns manifestantes quebraram a porta de uma agência bancária, mas foram contidos pelas lideranças do ato. Na Paulista, motoristas que passaram pela região xingaram manifestantes antidemocráticos, mas não houve registros de agressões físicas. Durante o dia, 17 pessoas foram detidas em São Paulo, segundo a PM.

Aglomerações
Em todas as cidades, a organização dos atos distribuiu máscaras de proteção e álcool em gel e tentou garantir um distanciamento mínimo de um metro entre as pessoas, para evitar a disseminação do novo coronavírus. Em São Paulo, lideranças pediam que manifestantes ficassem sobre marcas de giz desenhadas no chão, mas a tentativa não deu certo.

No carro de som, Guilherme Boulos, candidato à presidência pelo PSol em 2018, disse que “ninguém queria estar na rua”, mas explicou que “a escalada fascista no Brasil” exige posicionamento.