O deputado Paulinho da Força (Solidariedade), divulgou uma nota neste domingo (07/06) na qual se diz inocente das acusações de crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Na última sexta-feira (05), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o deputado a 10 anos e 2 meses de prisão em regime inicial fechado. Ele afirmou que recorrerá da decisão.
“A Primeira Turma do Supremo Tribunal me condenou em regime fechado por crimes que não cometi nem poderia cometer, mesmo que quisesse. Dois ministros me inocentaram – por absoluta falta de provas – e três me condenaram. Creio que o fizeram por desinformação. Vou recorrer por minha inocência em todos os níveis, graus e instâncias possíveis. Tenho esperança que reconsiderem essa injusta decisão. Não posso ser condenado por algo que não fiz”, apontou.
O deputado reforçou não ter tido participação nos crimes. Os crimes que eu teria cometido seriam “desvio” de empréstimos do BNDES para uma empresa e uma prefeitura, “lavagem” desse dinheiro supostamente desviado e “formação de quadrilha” com outras pessoas, algumas das quais não conheço e jamais vi. Não é possível “desviar” dinheiro tomado como empréstimo de um banco. Ele é aplicado como determina o projeto aprovado, os juros são pagos e o empréstimo quitado nos prazos combinados. Não é possível “lavar” dinheiro não recebido. Não é possível formar quadrilha com estranhos. Nada tive a ver com isso”, completou.
O parlamentar se justificou afirmando que há uma impossibilidade técnica que o impede de ter cometido as violações.
“Eu não poderia ser responsável por “desvio de recursos” de empréstimos do BNDES e lavagem de dinheiro nem que eu quisesse praticar esses crimes. Existe uma impossibilidade técnica de isso acontecer. O BNDES, no caso dos empréstimos concedidos para a Prefeitura de Praia Grande e as Lojas Marisa – investigadas e citadas neste processo, que começou há 12 anos, em abril de 2008, com uma operação policial chamada “Santa Teresa” – já comprovou que foram concedidos dentro das normas e liberados e aplicados de acordo com o que os contratos estipulavam”.
E completou: “Oito técnicos e diretores do BNDES foram ouvidos neste caso e negaram qualquer irregularidade. Nenhum deles afirmou que em algum momento eu intercedi por qualquer empresa junto ao banco. Eles testemunharam que a prefeitura de Praia Grande e a Lojas Marisa honraram seus compromissos, que eram unicamente o de aplicar o dinheiro conforme solicitado, pagar os juros e quitar os empréstimos no prazo previsto”. Por fim, o deputado reafirmou ser vítima, e não autor de crimes.
Investigações
De acordo com as investigações, o deputado atentou contra o Sistema Financeiro Nacional. Os crimes teriam ocorrido entre dezembro de 2007 e abril de 2008. O parlamentar teria atuado em nome da Prefeitura de Praia Grande e das Lojas Marisa na investida para obter financiamento junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Junto a outros envolvidos, ele conseguiu liberar R$ 124 milhões ao governo de Praia Grande e R$ 165 para a rede de varejo. Em troca, ele teria recebido propina milionária.