O presidente Jair Bolsonaro conversou com uma comitiva do Pará na tarde deste domingo (7/6) na saída do Palácio da Alvorada. Quando um dos apoiadores sugeriu que o chefe do Executivo estabelecesse uma comunicação com a sociedade civil e órgãos do governo para resolver questões sobre a regularização fundiária, Bolsonaro de pronto rebateu corrigindo o mesmo dizendo que a expressão é usada para “tirar militar fora”.
"Vamos corrigir. Não tem sociedade civil, é sociedade. Isso (sociedade civil) inventaram para tirar militar de fora. Onde querem sacanagem, tira militar de fora", disse.
Bolsonaro afirmou ainda que “já ajuda” quando impede novas demarcações.“Eu sei dos problemas. Não tenho o poder de avançar muito. É o aparelhamento de pessoas de Legislação. Para você mexer num decreto tem que ser uma lei. Eu não fazendo muita coisa já ajudei vocês. Se fosse o anterior, a cada vez que voltava de encontro com líderes internacionais assinava dezenas de decretos aí cada vez mais inviabilizando as atividades econômicas e inviabilizando a nossa economia”.
Ao que outro apoiador insistiu para que o chefe do Executivo “olhasse por eles”, Bolsonaro rebateu dizendo que o governo se preocupa com a questão, que todos são favoráveis aos índios, mas caracterizou os mesmos de “massa de manobra”.
“O governo está preocupado com isso. A Amazônia é cobiçada pelo mundo todo, não é de hoje. Não é a toa que tem milhões de ONG’s lá e não tem no Nordeste, para exatamente nos tornar mais fracos na defesa da Amazônia. O que alguns países estão de olho é na riqueza mineral que tem lá, a sua biodiversidade. Isso vem de lá de trás dos anos 90. Eu cheguei para botar um ponto de flexão. O que está homologado, você não vai conseguir, no meu entender, rever essas questões todas. Eu botei um freio de arrumação. Todo mundo aqui é favorável ao índio que é nosso irmão, mas o índio sempre foi massa de manobra nessas questões aí”, concluiu, completando que pretende passar um projeto de lei sobre regularização fundiária.