O presidente Jair Bolsonaro defendeu na noite desta sexta-feira (5/06) a divulgação tardia dos dados sobre o novo coronavírus. Conforme o Correio adiantou hoje, a ordem para atrasar a divulgação de boletins epidemiológicos sobre a disseminação do novo coronavírus no país partiu direto do chefe do Executivo. A divulgação que ocorria às 17h durante o comando do ex-ministro Mandetta, passaram a sair às 19h após a saída do mesmo. A partir do meio desta semana, o boletim passou a sair apenas às 22 horas. Ironizando e rindo sobre o assunto, Bolsonaro disse que agora “acabou a matéria do Jornal Nacional”.
“Mas é para pegar o dado mais consolidado e tem que divulgar os mortos no dia. Por exemplo, ontem, praticamente dois terços dos mortos eram de dias anteriores, dos mais variados possíveis. Tem que divulgar o do dia. O resto consolida para trás. Se quiser fazer um programa do Fantástico todinho sobre mortos nas últimas semanas, tudo bem”, apontou.
Ele disse ainda colocou em dúvida a estatística dos dados, afirmando que é necessários separar os reais casos de mortes por coronavírus. “Se bem que o que falta ainda, mais difícil, tem que saber quem perdeu a vida por causa do covid ou com o covid. Vai ver uma pessoa tem dez comorbidades, está com 94 anos e pegou o vírus. Potencializa. Parece que esse pessoal, Globo, Jornal Nacional, gosta de dizer que o Brasil é recordista em mortes. Agora, inclusive, falta seriedade. Bote mortes por milhões de habitantes. É a mesma coisa de querer comparar mortos no Brasil que tem 210 milhões de habitantes com país que tem 10 milhões.”.
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O presidente ainda emendou: "Se ficar pronto antes, tudo bem, mas ninguém vai correr até às seis da tarde para atender a Globo, a TV Funerária".
A estratégia da Presidência é evitar que os dados estejam disponíveis no horário dos telejornais noturnos, período em que as televisões têm maior audiência, pois muitos dos brasileiros estão em casa.