A estrutura foi erguida pelo Ministério da Infraestrutura em 15 dias, como prometido, e a unidade está pronta desde o dia 22 de abril. A partir disso, o governo federal precisaria passar a gestão da unidade para o estado de Goiás - que é quem ficou responsável por gerir o hospital. Mas isso demorou mais de 30 dias para acontecer, e esta transferência só foi feita na semana passada.
“Foram duas trocas de ministros, de forma que as equipes modificaram e quando chegava (nova equipe) a gente ia ao Ministério da Saúde, explicava o que estava acontecendo. As pessoas às vezes tem um tempo de entender o que está acontecendo. E às vezes a compreensão de assinar o que o outro planejou gera a necessidade de ajuste; às vezes gera até insegurança também (de assinar algo que outra pessoa planejou). Mas foi tudo contornado e hoje o hospital é uma realidade”, disse Alexandrino.
Quando o hospital começou a ser construído, o ministro da Saúde era Luiz Henrique Mandetta. Ele anunciou demissão cinco dias depois de visita feita à unidade junto com o presidente Jair Bolsonaro e o governador Ronaldo Caiado (DEM). Em seu lugar, assumiu no ex-ministro Nelson Teich, que pediu demissão 28 dias depois de ser empossado após pressões por parte de Bolsonaro quanto à orientação do órgão federal em relação ao uso de cloroquina em pacientes com covid-19.
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No dia 1º de maio, o Correio mostrou o imbróglio envolvendo esta transferência de gestão. Na época, falou-se que no dia 23 de abril houve uma visita técnica e algumas alterações foram solicitadas, mas tudo foi feito no dia seguinte, quando foi realizada a limpeza geral do espaço. No dia 7, o ministério informou que iria enviar aa Goiás um ofício para que providenciasse os recursos necessários para o pleno funcionamento do hospital.
Já no dia 15, o órgão federal informou que o hospital ainda estava em fase de recebimento. Na ocasião, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) afirmou que havia recebido na semana anteior um documento do MS informando que o estado estava autorizado a "adotar as providências para o funcionamento pleno do hospital". Com a autorização, a pasta disse que tramitava internamente um processo para definir o contrato de gestão para administrar a unidade.