Um terceiro manifesto, das lideranças da minoria da Câmara também argumenta pela manutenção do movimento. O texto é assinado pelo líder da bancada, José Guimarães (PT-CE), pelo vice-líder, Carlos Zarattini (PT-SP), e pelo líder da Oposição, André Figueiredo (PDT-CE). Esse último texto, divulgado no início da tarde desta sexta-feira (5/6) revela que há um desencontro entre parlamentares da oposição a respeito da manutenção das manifestações, já que a nota assinada por Jaques Wagner também conta com o apoio do líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), do líder do PDT na casa, Weverton Rocha, além dos líderes do Cidadania, Eliziane Gama (MA), do PSB, Veneziano Vital do Rego (PB), e do PSD, Otto Alencar (BA).
Dos partidos, o PT é o maior, e o que tem mais peso. Por outro lado, a nota dos senadores conta com uma representatividade maior de legendas. "Os líderes dos diferentes partidos do Senado Federal, a saber a Rede Sustentabilidade, o PSB, o PDT, o Cidadania, o PSD e o PT, vêm através desta nota desencorajar os brasileiros que, acertadamente, fazem oposição ao Sr. Jair Bolsonaro a irem às ruas nesse próximo domingo”, afirma o texto da oposição do Senado.
“Nosso pedido parte da avaliação de que, não tendo o país ainda superado a pandemia, que agora avança em direção ao Brasil profundo, saindo das capitais e agravando nos interiores, precisamos redobrar os cuidados sanitários e ampliar a comunicação com a sociedade em prol do distanciamento social”, segue o texto.
“Nosso pedido parte da avaliação de que, não tendo o país ainda superado a pandemia, que agora avança em direção ao Brasil profundo, saindo das capitais e agravando nos interiores, precisamos redobrar os cuidados sanitários e ampliar a comunicação com a sociedade em prol do distanciamento social”, segue o texto.
A nota dos senadores da oposição segue afirmando que o posicionamento é importante, mas que é preciso adiar a ida às ruas “pelo bem da população”. “Ademais, observando a escalada autoritária do governo federal, devemos preservar a vida e segurança dos brasileiros, não dando ao governo aquilo que ele exatamente deseja, o ambiente para atitudes arbitrárias”, afirma o documento.
Posição oficial
Já o manifesto do PT Nacional intitulado “A democracia não pode ser intimidada”, afirma que as manifestações de rua contra o fascismo e o presidente da República, Jair Bolsonaro, “são o fato novo na luta pela democracia e pela vida no Brasil”. “São ações legítimas, protegidas pelo Artigo 5º. Da Constituição, que garante de forma expressa o direito às liberdades de expressão, reunião e de associação. Considerando as condições impostas pela pandemia, recomendamos que os participantes das manifestações observem da melhor maneira possível, as medidas recomendadas pela OMS, como uso de máscaras e o distanciamento social”, prossegue o texto.
“Os militantes democráticos que participam destes atos devem também resistir às provocações e isolar os infiltrados, que já vêm agindo para tentar desvirtuar o caráter das manifestações e dar pretexto à repressão e ao discurso de fechamento do regime. Nós, do Partido dos Trabalhadores, somos solidários aos que participam destes atos e sofrem os ataques da repressão e de provocadores. A tentativa de criminalização dos movimentos sociais e populares e das manifestações democráticas visa a naturalizar o projeto neofascista e autoritário do atual governo, contrário aos interesses nacionais e aos direitos do povo”, posiciona-se o PT.
Recomendações
Já a nota das lideranças da minoria na Câmara pede cuidado aos manifestantes, o que se alinha parcialmente com o argumento apresentado pelos senadores mas mantém o apoio aos protestos. “Apelamos para que os atos pró-democracia e contra o racismo e o fascismo, programados para o próximo domingo (7/6) em várias capitais do país, como iniciativa de diferentes entidades e movimentos sociais e populares, sejam pacíficos, tendo a defesa da vida como foco central, com a adoção de medidas sanitárias recomendadas pela OMS, como o uso de máscaras e o distanciamento físico neste momento de covid-19”, diz o texto.