A ordem para atrasar a divulgação de boletins epidemiológicos sobre a disseminação do novo coronavirus no país partiu direto do presidente da República, Jair Bolsonaro. De acordo com uma fonte no alto escalão do governo, a decisão é permanente e, a partir de agora, a divulgação será apenas às 22 horas.
A estratégia da Presidência é evitar que os dados estejam disponíveis no horário dos telejornais noturnos, período em que as televisões têm maior audiência, pois muitos dos brasileiros estão em casa. Mesmo sem anúncio oficial, a ordem foi dada para que os dados sejam enviados à imprensa apenas no final da noite, mesmo que estejam prontos às 19 horas.
A intenção de atrasar a divulgação dos dados existe desde a gestão do ex-ministro Luís Henrique Mandetta. No entanto, à época, o titular da pasta se recusou a acatar a ordem alegando que geraria forte impacto na resposta a pandemia.
A ordem já começou a valer nessa quinta-feira, quando o país voltou a bater recorde de mortes causadas pela doença. Com 1.473 óbitos contabilizados nas últimas 24 horas, mais de um por minuto e novo recorde diário, o país atingiu a marca de 34.021 vidas perdidas pela covid-19, tornando-se o terceiro em número de mortos. O Brasil registrou, ainda, mais 30.925 casos do novo coronavírus, totalizando 614.941 infectados.
Com Mandetta era às 17h
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Esses eventos estão cada vez mais escassos. Atualmente, o titular da pasta é o general Eduardo Pazuello, que não tem formação na área de saúde, nem mesmo experiência no setor. No entanto, ele não resiste as ordens e interferência do presidente, mesmo que contrarie especialistas e o próprio corpo técnico do ministério.
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