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Bolsonaro visita Anderson Torres, cotado ao Ministério da Segurança

A visita não estava prevista na agenda oficial do presidente e é uma clara sinalização após a reunião do chefe do Executivo com a bancada da bala, que teve como tema a recriação do Ministério da Segurança Pública

O presidente Jair Bolsonaro visitou na tarde desta quinta-feira (4/6), o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. O encontro durou cerca de 40 minutos na sede da secretaria. A visita não estava prevista na agenda oficial do presidente e é uma clara sinalização após a reunião do chefe do Executivo com a bancada da bala, que teve como tema a recriação do Ministério da Segurança Pública.  Torres é forte  forte candidato ao comando da nova pasta.

Um dos assuntos tratados no encontro com Torres foi a respeito da segurança local para a manifestação prevista no domingo (7/06). Bolsonaro já demonstrou temer que as cenas vistas em manifestações como as de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba voltem a acontecer em Brasília. A recente onda de protestos antifascismo e contrárias ao governo do presidente Jair Bolsonaro pelo Brasil recebeu fortes críticas do Palácio do Planalto. Além do chefe do Executivo, que classificou os manifestantes de “terroristas e marginais”, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, taxou os integrantes dos movimentos de “delinquentes e baderneiros”. O encontro foi registrado no Instagram de Torres, que afirmou que ele e o presidente trataram de assuntos locais sobre a segurança pública.

Na tarde desta quinta-feira (4/06), Bolsonaro se reuniu com o deputado federal Capitão Augusto (PL-SP), líder da chamada ‘bancada da bala’ para discutir a respeito da recriação do Ministério. O pedido foi para que a pasta fosse criada até o final do ano tendo como base uma eventual onda de aumentos de crimes por conta da crise econômica provocada pelo covid-19. Antes do encontro com Bolsonaro, Capitão Augusto se reuniu por cerca de duas horas com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira.

“Estamos vendo aí que depois dessa onda que nós teremos do problema da saúde, virá a segunda onda que é o problema da economia e a história sempre diz pra nós que o problema da economia anda de mão dadas com o aumento da criminalidade, do crime contra o patrimônio e do crime contra a vida. Então seria muito interessante por parte do governo  e por isso estamos propondo uma criação do Ministério da Segurança Pública, já prevendo esse aumento da criminalidade”, apontou o deputado.

De acordo com ele, tanto Bolsonaro quanto o ministro Jorge confirmaram o interesse na criação do ministério. O plano é de que a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) continuem sob o guarda-chuva do Ministério da Justiça e a nova pasta fique responsável pela integração das forças de segurança de Estados e municípios. Também foi levado ao presidente a indicação do nome do ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) para comandar o ministério.

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“Nosso segundo ponto seria a questão do prazo. Entendemos que esse ministério deveria ser criado antes da crise da segurança. Porque você criar o ministério depois de nós estarmos vivenciando a crise de segurança é algo que para nós seria difícil”, defendeu.

O Capitão Augusto disse, no entanto, que Bolsonaro não estabeleceu uma data ou o nome de quem estará a frente da mesma.

“O presidente não bateu o martelo em absolutamente nada de nomes. É somente uma indicação, e obviamente compete ao governo, se criado o Ministério da Segurança, qual nome estará à frente para presidir”, concluiu.