Politica

Bolsonaro: 'Algo muito grave está acontecendo com a nossa democracia'

Presidente fez a afirmação nas redes sociais após operação da Polícia Federal, nesta quarta-feira (27/5), que cumpriu mandados de busca e apreensão contra apoiadores do governo acusados de espalhar fake news

Após um dia e 45 minutos sem se manifestar por meio do Twitter, o presidente Jair Bolsonaro usou a rede social para comentar a operação da Polícia Federal, nesta quarta-feira (27/5), que cumpriu mandados de busca e apreensão contra apoiadores do governo. 

"Ver cidadãos de bem terem seus lares invadidos, por exercerem seu direito à liberdade de expressão, é um sinal que algo de muito grave está acontecendo com nossa democracia", escreveu. 



O presidente também compartilhou um vídeo do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para criticar sua postura de autorizar a Operação da Polícia Federal:



Em outra postagem, Bolsonaro disse que "estamos trabalhando para que se faça valer o direito à livre expressão em nosso país. Nenhuma violação desse princípio deve ser aceita passivamente!"



Também nesta quarta, o presidente se reuniu com quase todos os ministros no Palácio do Planalto. O teor da reunião não foi divulgado, mas o encontro não estava programado na agenda presidencial. 

O inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal investiga o financiamento a uma rede de notícias falsas e ameaças a autoridades. Nesta quarta-feira, a investigação mirou bolsonaristas

Após o tuíte de Bolsonaro, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendeu o presidente. O governo pretende pedir um habeas corpus preventivo para Weintraub, que foi convocado para prestar depoimento à Polícia Federal por conta das declarações dadas na reunião ministerial de 22 de abril.


Eduardo Bolsonaro fala em "ruptura institucional"

Em live intitulada Nunca deixe um ditador calar a sua voz e organizada pelo blogueiro Allan dos Santos — que foi um dos alvos da operação contra fake news —, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, falou sobre o inquérito no STF e disse que isso é ilegal e os responsáveis precisam ser punidos. "Temos que correr atrás de punir", afirmou.

O deputado falou sobre uma possível ruptura institucional. "O problema não é mais se (haverá ruptura institucional), mas quando",disse. "Estamos vendo uma iniciativa atrás da outra para esgarçar essa relação. E depois não se engane. Quando o presidente não tiver mais saída e tiver que tomar uma medida enérgica, ele que será taxado como ditador”, afirmou.

"Entendo quem tem uma postura mais moderada pra não chegar um momento de ruptura, uma momento de cisão ainda maior, eu entendo. Mas falando bem abertamente, opinião de Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opinião de se, mas sim de quando isso vai ocorrer. E não se engane, as pessoas discutem isso. Porque a gente estuda história, a gente sabe que ela se repete. Não chegou de uma hora pra outra a ditadura na Venezuela. (…) temos que pontuar, deixar a sociedade ciente do problema e depois tomar algumas atitudes.”

Na mesma live, o blogueiro Allan dos Santos chamou o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, de “moleque” e “criminoso”. A trasmissão na internet teve participação também do guru Olavo de Carvalho, dos deputados federais Eduardo Bolsonaro e Bia Kicis (PSL-DF) e do médico Ítalo Marsili. Assista: