Muitos prestaram solidariedade ao magistrado, que recebeu uma chuva de críticas por parte de membros do governo federal de parlamentares bolsonaristas. "O combate às fake news é imperativo! É crucial para a manutenção da nossa democracia! É triste que tenhamos que travar essa guerra mesmo diante de uma pandemia. Esperamos que a justiça seja feita e que, caso comprovado, os criminosos paguem no rigor da lei!", escreveu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado.
"Todo dia um escândalo diferente. E todo dia tem a ver com o governo Bolsonaro. O debate nunca é sobre a pandemia, os doentes e as mortes. A covid-19 atua livremente, sem impedimentos, contestações e um plano para combatê-la...", completou.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), alertou que "milicianos digitais fraudam a democracia e corrompem a sociedade". "Espalham ódio e inviabilizam o diálogo. Desestruturam famílias e incentivam ilegalidades. Cometem e acobertam crimes. Em suma, são indivíduos perigosos", escreveu.
O senador Humberto Costa (PT-PE) ironizou o caso, e lembrou que na terça-feira (26/5) Bolsonaro parabenizou a Polícia Federal por cumprir uma operação contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), diferente do que aconteceu nesta quarta.
"O bolsonarismo foi dormir em lua de mel com a Polícia Federal, depois da ação contra o governador do Rio ontem. Teve até um “parabéns” de Bolsonaro. Hoje, o amor acabou com a visita do “Uber black”, como os deputados governistas apelidaram as viaturas", comentou o petista.
Ele ainda compartilhou uma foto do vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) em frente a vários celulares, com o intuito de dizer que o filho do presidente faria uma série de publicações em perfis falsos para reclamar da operação. "O pessoal já está trabalhando duro para defender os companheiros de fake news", ironizou.
"Os crimes cometidos por essas pessoas vão além de participar e financiar milícias digitais e difundir fake news. Os investigados destroem reputações, atacam famílias e, acima de tudo, são uma afronta à democracia. Alguns já foram no Congresso prestar depoimento e zombaram das instituições. Hoje, receberam uma visita especial em plena quarentena", acrescentou o senador.
O deputado federal Marcelo Freixo (PSol-RJ) também se manifestou. "Um recado para as milícias digitais que estão agitadas essa manhã: fake news não é liberdade de expressão, é crime de calúnia e difamação. Combater esse crime não é censura. Pelo contrário, é fortalecer a democracia. E ditadura é pedir a prisão de ministros do STF", afirmou.
"Eu sou vítima constante desse esgoto que é a rede de fake news de Bolsonaro. Sei bem o que é ser alvo desses bandidos. Mas o objetivo principal dessa máquina não é destruir reputações, o alvo é a democracia. O gabinete do ódio é ponta de lança do projeto golpista do clã", enfatizou o parlamentar.
Freixo não poupou críticas a Bolsonaro e aos seus filhos. "Imagina se o STF pede a apreensão do celular do Carluxo (apelido de Carlos Bolsonaro). Efeito dominó, não fica ninguém de pé, nem o governo. A família de Bolsonaro, através de Carluxo e Eduardo (deputado federal Eduardo Bolsonaro), montou uma rede de fake news que funciona dentro do Planalto e gabinetes de deputados aliados. É dinheiro público usado para cometer crimes. A decisão do ministro Alexandre de Moraes é fundamental para desmontar essa quadrilha", sustentou.