As manifestações aconteceram principalmente pelas redes sociais. No Twitter, por exemplo, a operação domina os assuntos mais comentados no momento. Hashtags como #CensuradoSTF, #DitaduradoSTF e #STFVergonhaNacional estão entre as mais utilizadas pelos usuários da plataforma no país.
Entre os alvos das ações da Polícia Federal estão o blogueiro Allan dos Santos, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, os deputados estaduais Douglas Garcia (PSL-SP) e Gil Diniz (PSL-SP) e o empresário Luciano Hang.
Deputados federais do PSL, partido que o presidente foi eleito e deixou no ano passado, também são alvos da operação. Os parlamentares Carla Zambelli (SP), Bia Kicis (DF), Junio Amaral (MG), Filipe Barros (PR) e Luiz Phillipe Orleans e Bragança (SP) e Daniel Silveira (RJ) devem prestar depoimento por determinação de Moraes.
Bia Kicis publicou que "estamos vivendo tempos sombrios de ataque descarado à democracia". "Não se esqueçam das pessoas que estão comemorando os abusos de autoridade e atos antidemocráticos do ministro Alexandre de Moraes contra jornalistas, humoristas, empresários e qualquer outra pessoa comum. São cúmplices da ditadura. Jamais me calei contra a tirania nem contra adversários."
Por sua vez, Zambelli disse que "toda pessoa que respeite a lei tem a obrigação de repudiar essas buscas no âmbito de um inquérito ilegal e inconstitucional, sem fato determinado e já arquivado pela PGR (Procuradoria-Geral da República)".
"Estamos vivendo um estado de exceção, ironicamente sob os aplausos dos que acusam o presidente Jair Bolsonaro de querê-lo. Está na hora do senhor Davi Alcolumbre (presidente do Senado) cumprir seu dever constitucional e analisar com carinho os pedidos de impeachment contra o responsável por esse absurdo", completou.
Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Filipe Martins comentou que "jornalistas, humoristas e cidadãos comuns que atuam de modo espontâneo estão sendo tratados como bandidos por ousar manifestar opiniões que desagradam o establishment".
"Tudo sob os aplausos de gente que diz defender a democracia e a constituição. Quis custodiet ipsos custodes?", escreveu, referindo-se a uma frase em latim que significa "quem há de vigiar os próprios vigilantes?".
Filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) reclamou que "quando o crime em análise é corrupção a morosidade da justiça impressiona". "Mas para constranger conservadores que sequer crime cometeram a velocidade surpreende mais ainda. Quem está desestabilizando nossa democracia?", opinou.
"Vale lembrar que deputado só pode ser preso mediante flagrante delito de crime inafiançável. Se for para ser ouvido o deputado é que marca hora e local. Quem não respeitar isso comete, no mínimo, abuso de autoridade", acrescentou Eduardo.
Irmão dele, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) também criticou. "O que está acontecendo é algo que qualquer um desconfie que seja proposital. Querem incentivar rachaduras diante de inquérito inconstitucional, político e ideológico sobre o pretexto de uma palavra politicamente correta? Você que ri disso não entende o quão em perigo está!", escreveu.
O deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ) condenou principalmente o STF, a quem chamou de "censura, ditadura e vergonha nacional" e "um tribunal de exceção".