Politica

'Vai ter mais', diz Bolsonaro ao comentar ação da PF contra Witzel

Governador do Rio de Janeiro é alvo de investigação que apura indícios de desvios de recursos destinado ao combate ao coronavírus

O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse na manhã desta quarta-feira (27/5) a apoiadores no Palácio da Alvorada que haverá mais operações da Polícia Federal ao comentar sobre a ação ontem que teve como um dos alvos o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). O chefe do Executivo estadual, que já foi aliado do presidente, é hoje visto como traidor pela família Bolsonaro e apoiadores.

"Queria agradecer a PF pela ação que tomou ontem no Rio de Janeiro contra aquele governador que não quer nada", disse um homem ao presidente, que respondeu: "Vai ter mais. Enquanto eu for presidente, vai ter mais. Isso não é informação não. Vão falar que é informação privilegiada".

A ação da PF no Rio de Janeiro foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), e se deu um dia depois da mudança do superintendente da corporação, que passou a ser Tácio Muzzi. Políticos criticaram a operação, enxergando-a como uma ação política pelo fato de ter tido como alvo um desafeto do presidente em meio a acusações de interferência política do chefe do Executivo nacional na PF do estado.

Um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) investiga justamente a suposta interferência política no presidente na corporação após acusações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. 


Mais operação


Nesta quarta-feira (27), a PF cumpre mandados de busca e apreensão no âmbito do inquérito das fake news, no STF, que apurar ameaças, informações falsas, denunciações caluniosas e demais infrações que têm os ministros como alvo. Dentre os alvos estão o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, e o dono das lojas Havan, o empresário Luciano Hang.

Saiba Mais

Na última terça-feira à noite, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o  ministro da Educação, Abraham Weintraub (Educação), seja ouvido pela Polícia Federal (PF) em até cinco dias sobre uma declaração feita em reunião ministerial do dia 22 de abril. O vídeo da reunião foi divulgado na última sexta-feira (23). Nele, o ministro diz: “Por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”.