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PF recebeu autorização para apreender computadores e celulares de Witzel

Denominada Placebo, a ação da PF investiga supostos desvios de recursos públicos destinados ao combate ao novo coronavírus

Na operação da Polícia Federal que tem o governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel como um dos investigados, a Justiça autorizou a apreensão de "equipamentos eletrônicos de qualquer espécie" dos investigados.

A autorização foi dada pelo ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Denominada Placebo, a ação da PF investiga supostos desvios de recursos públicos destinados ao combate ao novo coronavírus.  

Gonçalves autorizou a apreensão de pendrives, notebooks, HDs e smartphones e não poupou Witzel da medida. Ao todo, 12 buscas foram realizadas por equipes da PF na manhã desta terça-feira (26/5). Entre os endereços onde houve busca, estão o Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, e o Palácio da Guanabara, sede oficial do Executivo fluminense.

Também foram vasculhados  e ainda uma casa em que o mandatário morava antes de assumir o governo Rio, no Grajaú, zona norte.

Questionado sobre as buscas no Palácio das Laranjeiras na frente do Palácio do Alvorada, o presidente Jair . Segundo apuração do Blog do VicenteBolsonaro disse a assessores que Witzel foi derrubado com "bala de canhão".

Witzel considerou que a operação comprova a interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. "A interferência anunciada pelo presidente da República está devidamente oficializada", disse em nota. Ele também atacou o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente e eleito pelo Rio de Janeiro. 

Indícios veementes

Na decisão que determinou a abertura da operação, Benjamin registrou que provas compartilhadas pelo Ministério Público do Estado e do Ministério Público Federal no Rio apresentam 'elementos que, em juízo de cognição limitada e superficial, propiciam convicção quanto a indícios veementes de autoria e materialidade'. Tanto a promotoria quanto a procuradoria realizaram operações para apurar desvios na Saúde no Rio nas últimas semanas.

Saiba Mais

Segundo o magistrado, as ordens de busca e apreensão se mostravam imprescindíveis para assegurar a preservação de elementos comprobatórios de materialidade e autoria. "É necessário que se obtenha o material relacionado à prática de crime especialmente anotações, arquivos de computador, contratos, agendas de telefone, eletrônicos que arquivem dados, comprovantes de pagamentos ou de depósitos e mídias, sem prejuízo de qualquer outra prova de cometimento de crime".

Na decisão, Benjamin anotou ainda que a investigação trata de 'supostos ilícitos cometidos por alguns investigados com conhecimento jurídico, cuja obtenção de prova torna-se bastante difícil'. Witzel é ex-juiz federal e sua esposa, advogada.

A lista de objetos autorizados para apreensão também incluiu: documentos eletrônicos e físicos indicativos de associação entre investigados, como agendas, procurações, alvarás e rascunhos; documentos indicativos de corrupção, como contratos de prestação de serviços, notas fiscais, planilhas de custos contabilizados, recibos, comprovantes de depósito ou transferência; e documentos indicativos de ocultação de bens, como procurações, contratos de promessa e de compra e de venda de bens e etc.

A decisão de Benjamin também autorizou que a Polícia Federal adotasse 'medidas necessárias para verificar a existência de eventuais cômodos secretos ou salas reservadas em quaisquer dos endereços diligenciados.

Com informações da Agência Estado