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Flávio Bolsonaro sobre Witzel: 'Deve ser estratégia para parecer maluco'

O governador citou pessoalmente Flávio ao dizer que "ele já deveria estar preso"

Após o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), ter dito, nesta terça-feira (26/5), que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) “já deveria estar preso”, o parlamentar chamou o ex-aliado de “louco”. Em live no Instagram, no início da tarde, o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro afirmou que a acusação “só pode ser estratégia” para, em vez de ser preso, ir para um hospital psiquiátrico.

“Você é louco. Está cometendo atos de insanidade. Talvez seja sua estratégia: parecer que é maluco para não ir para Bangu 8”, ironizou o senador, em referência ao complexo penitenciário onde está boa parte dos políticos condenados por crimes como os da Operação Lava-Jato. Flávio disse que Witzel deve preferir alegar "um problema mental" e ter o mesmo destino de Adélio Bispo, encaminhado a um hospital psiquiátrico após ter dado uma facada no presidente, em 2018.

Em meio às várias menções sobre a "estratégia" e a comentários sobre problemas psiquiátricos, Flávio negou ter cometido crimes e reforçou que não há interferência na Polícia Federal, como afirmou o governador. Mais cedo, nesta terça, após ser alvo da Operação Placebo, Witzel afirmou que a PF "engaveta inquéritos e vaza informações" a pedido da família Bolsonaro.

O governador citou pessoalmente Flávio ao dizer que "ele já deveria estar preso", com base em "todas a provas que já temos contra ele, que já estão aí sendo apresentadas: dinheiro em espécie depositado em conta corrente, lavagem de dinheiro, bens injustificáveis", listou. Na rede social, o filho mais velho de Bolsonaro respondeu que o caso "não tem nada a ver" com ele. "Não tenho que estar preso, porque não fiz nada de errado", disse.

Segundo Flávio, a residência de Witzel foi alvo de busca e apreensão, nesta terça, por "merdas" que o próprio governador tem feito. A Operação Placebo investiga suspeitas de desvio de dinheiro público que deveria ser usado no combate ao novo coronavírus no estado. "Não existe isso de represália", disse o senador, que incluiu Witzel na lista de "traidores" da família.

"Se a gente soubesse que, além de incompetente, é ladrão, a gente jamais teria pedido voto nele", afirmou, no Instagram. Flávio disse que se afastou do governador quando começou "a cair a ficha de quem ele era". "Permiti que usasse minha imagem na sua propaganda eleitoral porque acreditei em você e na sua palavra. Jamais ia imaginar que seria mais um desses traidores", completou.
 
O senador é investigado por suposto esquema de 'rachadinha' (ficar com parte do salário de servidores) na Assembleia Legislativa do Rio, na época em que era deputado estadual. "Estou sendo investigado há mais de dois anos, nem denúncia tem contra mim", disse Flávio em resposta. 

Em relação às afirmações do governador de que a operação contra ele se deu pela interferência de Bolsonaro na PF, o senador afirmou que a investigação começou na Polícia Civil. "A sua própria Polícia Civil iniciou uma investigação e no meio do caminho encontrou você. Isso não tem nada a ver com mudança da PF", pontuou.

Durante o vídeo, Flávio em diversos momentos, ao falar sobre suspeitas que recaem sobre o governador, disse que não se trata de informações privilegiadas. "O seu governo, os casos de corrupção, já são assunto de mesa de bar", afirmou. Nesta terça-feira, foi amplamente falado o fato de a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) teria antecipado a operação da PF. 

Saiba Mais

Em entrevista à Rádio Gaúcha, na última segunda-feira (25), Zambelli falou: "A gente já teve algumas operações da Polícia Federal que estavam ali na agulha para sair, mas não saíam. E a gente deve ter nos próximos meses o que a gente vai chamar, talvez, de 'Covidão', não sei qual vai ser o nome eles vão dar, mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal".

Nesta terça-feira, à CNN Brasil, a parlamentar negou ter tido acesso e vazado informações sobre as investigações. "Foi uma coincidência? Não só isso. Se eu soubesse e tivesse informação privilegiada... Eu não pareço ser uma pessoa burra, poderia até ser, mas não sou. Eu falaria isso publicamente se tivesse informação privilegiada?”, disse.